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Os Muppets | Crítica de Fã para Fã #2

 

Finalmente depois de uma campanha de marketing intensa, incluindo cartazes no metrô, outdoors, propaganda na televisão e incontáveis teasers e trailers, “Os Muppets” voltaram ao Brasil na última sexta-feira com Jason Segel, Amy Adams, Rashida Jones e Chris Cooper como parte do elenco que traz um novo muppet para a gangue de grande sucesso dos anos 80, Walter.

Antes de qualquer coisa, muitos falaram – e reclamaram – de o nome Caco, usado no Brasil, ter mudado para Kermit, seu original, mas o fato é que não há nada de se estranhar considerando a quantidade de salas e cinemas exibindo apenas cópias dubladas do filme (caso alguém encontre alguma sala com o filme legendado, avise nos comentários), deixando claro que o objetivo principal dos distribuidores e exibidores daqui é conquistar um novo público, apresentar os Muppets para as crianças, o que é ótimo, mas para tanto, não havia necessidade de desconsiderar a quantidade de adultos que assistiram aos primeiros filmes e os fãs de muito tempo. Não ter pelo menos 25% das salas com exibições legendadas, isso sim é de revoltar. Mesmo com a boa qualidade das dublagens da Disney, inevitavelmente algumas piadas são perdidas na tradução.

 

 

Passada a revolta, os ouvidos acabam se acostumando com as diferentes vozes para os atores que já conhecemos e a trupe dos bonecos mais divertidos do mundo, juntamente com Segel e Adams, nos faz embarcar com eles na história de Walter, um menino muppet que tem como seu melhor amigo seu irmão, Gary. A relação entre eles é mostrada nos primeiros minutos do filme em cenas dos dois crescendo juntos, até que Gary se torna um adulto e Walter se depara com o fato de que na verdade não cresceu nada e antes que pudesse se perguntar aonde se encaixa no mundo, descobre o Show dos Muppets na televisão. Anos após muito fanatismo, uma viagem juntamente com Gary e sua namorada de 10 anos, Mary, para Los Angeles é a oportunidade de Walter conhecer os antigos estúdios de gravação de seus ídolos. E esse é só o primeiro passo para Walter realizar seu sonho de infância.

 

 

Situações absurdas, reações exageradas e momentos irônicos são os principais pontos cômicos da trama, além das diversas participações especiais durante todo o filme. Destaque para o momento em que Walter se imagina como ser humano. A cena já é hilária por si só, mas a perfeita escolha do ator que representa o Walter de carne e osso adiciona ainda mais ao conjunto. Os números musicais também estão de volta, como não podia deixar de ser – talvez até em número maior do que de costume – e nessas horas é difícil pensar em uma dupla melhor de atores como protagonistas. Não só o desengonçado Jason Segel e a delicada Amy Adams formam um casal encantador, como os dois têm um tempo e sagacidade humorísticos perfeitos para o filme. Amy já havia mostrado essas habilidades em Encantada, e talvez por isso tenha sido especialmente convidada para o papel de Mary, mas Jason até então tinha feito no cinema majoritariamente papéis mais exagerados (bem estilo Judd Appatow mesmo) e surpreende positivamente.

 

 

Para quem não é familiarizado com a diversificada família Muppet, uma música cantada por Kermit dá conta de apresentar alguns personagens, enquanto outros vão ganhando forma ao longo do filme. Mesmo que algumas gags sejam perdidas pelo público infantil por sua falta de repertório, inclusive nas divertidas cenas em que o longa brinca com clichês, outras focadas nas crianças também estão lá.

O roteiro de Jason Segel e Nick Stoller cumpre muito bem o difícil papel de atingir públicos bem diferentes em iguais proporções, o que é praticamente garantia de sucesso. Devo admitir, já estou à espera da continuação.

 

Escrito por Maiara Tissi