“Ela acreditava em sonhos, sim. Mas ela também acreditava em fazer algo para torná-los reais. Quando o Príncipe Encantado não apareceu, ela foi até o castelo e o pegou.”
Walt Disney
Nessa quinta-feira, 26 de Março, estreou em todo o Brasil o longa-metragem “Cinderela”. Aposto que vocês estão ansiosos para conferir o resultado. Eu estou! O lançamento desse filme me deu saudades da animação clássica que fez meus olhos brilharem quando criança. Que tal assistir novamente?
Nunca assistiu? Melhor ainda! Espero que sua experiência seja encantadora. Calma, antes de preparar a pipoca e correr para o sofá, não deixe de ler algumas curiosidades sobre o desenho de 1950.
O longa original “Cinderela” rendeu duas continuações produzidas nos anos 2000 e lançadas diretamente para Home Vídeo. Em “Cinderela II – Os Sonhos se Realizam”(2002) o conto continua com Cinderela, agora morando no castelo com o príncipe, e seus ratinhos inseparáveis. O filme mostra três curtas histórias que nos ensinam que para sermos felizes, devemos ser nós mesmos. Porém, e se a Madrasta colocasse as mãos na varinha mágica da Fada Madrinha? Essa é a história contada em “Cinderela III – Uma Volta no Tempo” (2007). Viajamos no tempo e vemos tudo ser alterado. Como Cinderela irá fazer tudo voltar ao normal?
Nunca assistiu a “Cinderela”? Bem, com certeza você já viu seu castelo algumas dezenas (talvez centenas) de vezes. Ele está presente em quase todas as aberturas de animações e filmes da empresa. Além disso, o castelo do Príncipe foi o escolhido para ser representado em grande escala no centro do parque Magic Kingdom em Walt Disney World, na Flórida. Já conhece?
Antes de “Let it Go“, havia “Bibbidi Bobbidi Boo”. Escrita por Al Hoffman, Mack David e Jerry Livingston e cantada por Verna Felton no filme, a canção ganhou diversas versões. Tornou-se extremamente popular na época ao ser gravada por Perry Como and the Fontane Sisters. Ela podia ser ouvida nas rádios e chegou ao sétimo lugar nas paradas de sucesso da época. “Cinderela” foi indicada a três Oscars: Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e Melhor Música Original.
Assim nós o chamamos, mas na verdade em momento algum durante o filme o nome do Príncipe de Cinderela é mencionado. Ouvimos ele ser chamado assim tantas vezes pelo público que já consideramos como seu nome real. Curiosamente, há vários personagens Disney dos quais não sabemos o nome, como a Fera de “A Bela e a Fera” (1991), o Príncipe e a Rainha Má de “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937) e até mesmo Cinderela, que, na nova versão, se chama oficialmente Ella.
Como todo conto de fadas, a história de Cinderela possui centenas de versões. Em algumas, o sapatinho de cristal é substituído por um sapatinho de pele. Em outras, o baile dura duas ou três noites, ao invés de uma. E ainda há versões em que a Fada Madrinha nem mesmo aparece. Walt Disney se inspirou na versão do escritor francês Charles Perrault, de 1698, para escrever o roteiro de sua animação e manteve o sapatinho de cristal. O fato de Cinderela conseguir andar e dançar sobre eles simboliza sua delicadeza e habilidade em se adaptar às situações difíceis.
Como em suas primeiras produções os artistas dos estúdios Disney ainda estavam aprendendo a animar humanos de maneira natural, Walt decidiu filmar quase todas as cenas com atores reais antes de começar a etapa de animação. Os animadores inicialmente não gostaram da ideia, sentiam-se limitados, mas com o tempo perceberam seus benefícios no resultado final. A atriz Eleanor Audley emprestou sua voz e atuação à Madrasta Tremaine, Helene Stanley e Ilene Woods emprestaram sua atuação e voz, respectivamente, à Cinderela. Stanley e Audley voltaram a trabalhar juntas em “A Bela Adormecida” (1959).
“Cinderela” foi o primeiro filme onde todos Nine Old Men trabalharam juntos. Após “Cinderela”, isso só se repetiu mais duas vezes, em “Alice no País das Maravilhas” (1951) e “Peter Pan” (1953). Nine Old Men é como chamamos o grupo de animadores mais antigos dos estúdios Disney. Eles trabalharam com Walt desde o início e aprimoraram a técnica de animar. São eles: Frank Thomas, Ollie Johnston, Marc Davis, Eric Larson, Les Clark, Wolfgang Reitherman, Ward Kimball, Milt Kahl e John Lounsbery.
Ao longo da produção do longa-metragem, dois números musicais foram descartados. Durante “Cinderella Working Song”, veríamos Cinderela falando sobre seus sonhos e sua vontade de multiplicar e terminar todas as tarefas a tempo de ir ao baile. No vídeo a seguir, podemos ver como os artistas de storyboard imaginavam a cena:
Em “Dancing on a Cloud”, o príncipe e Cinderela se imaginariam dançando sobre as nuvens. Uma cena com o mesmo conceito foi feita anos depois em “A Bela Adormecida”.
A Disney gosta de espalhar Mickeys escondidos em seus parques e animações. Alguns são óbvios, mas outros são tão sutis que parecem terem sido colocados por acidente. Quem havia percebido o Mickey que se forma nas bolhas enquanto Cinderela limpa o chão e canta “Sing Sweet Nightengale”?
Cinderela perde um de seus sapatinhos não uma ou duas, mas três vezes ao longo do filme. A primeira acontece quando está a caminho do quarto de sua madrasta e irmãs postiças levando o café da manhã. Na segunda vez, ela o perde enquanto desce correndo as escadarias do castelo e foge do príncipe. Por último, ela deixa um sapatinho para trás quando se casa.
Walt Disney se apaixonava por cada produção que começava. No entanto, nesta temos a sua sequência animada favorita: a transformação do vestido de Cinderela, de farrapos a um lindo vestido de baile apenas com um toque da varinha de condão. Marc Davis foi o responsável por animar esse momento. Consegue imaginar inserir cada um desses brilhos à mão?
Os estúdios Disney estavam passando por sérias dificuldades financeiras, pois até então nenhuma de suas produções havia sido tão bem sucedida quanto “Branca de Neve e os Sete Anões“, há mais de uma década. Walt apostou tudo o que tinha de recursos em “Cinderela“, muitos acreditam que se a animação fracassasse seria o fim. Porém, a nova princesa cativou a todos. Vendeu milhares de ingressos, discos e produtos com sua imagem, proporcionando condições para a empresa começar a distribuir os próprios filmes, entrar no mercado televisivo e começar a construção da Disneyland.
Trailer original do lançamento de “Cinderela“:
https://youtu.be/5TdZQDbRNKU
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