Listas 2000 | Animações da Disney que nunca foram produzidas

No meio cinematográfico, especialmente no campo da animação, não é incomum um projeto ser cancelado durante a sua produção. Alguns até conseguem ganhar uma nova chance tempos depois, a exemplo dos recentes Detona Ralph (2012) e Frozen: Uma Aventura Congelante (2013), que foram engavetados e desengavetados diversas vezes ao longo dos anos.

Com mais de oitenta anos de história, não é de se espantar que o Walt Disney Animation Studios tenha um impressionante número de ideias que nunca saíram do papel paras as telas, algumas extremamente interessantes. Então, decidimos revirar um pouco o baú e apresentar doze desses longas-metragens que nunca foram produzidos.

Antes de se envolverem na produção de Moana (24 de Novembro de 2016), os diretores John Musker e Ron Clements estavam trabalhando em um filme de animação tradicional intitulado Mort, baseado no livro homônimo de Terry Pratchett. A intenção era que o lançamento ocorresse em 2014, porém o estúdio não conseguiu adquirir os direitos de adaptação e o projeto foi abandonado.

Reunindo Elton John e Tim Rice, a dupla de O Rei Leão (1994), o famoso musical da Broadway Aida, inspirado na ópera de Giuseppe Verdi e produzido pela Walt Disney Theatrical, também ganharia uma versão animada. Em 1997, três anos antes do espetáculo fazer sua estreia na Broadway, estava em desenvolvimento um filme em que Audra McDonald emprestaria sua voz à escrava Aida; e Jarrod Emick ao guerreiro egípcio Ramades.

Em 2005, foi a vez de My Peoples receber a machadada. Com direção de Bary Cook, de Mulan (1998), a trama era centrada em duas famílias rivais, cujos filhos se apaixonam. Tentando desfazer o casal, o patriarca de uma delas faz uma poção para apagar a memória do rapaz, um inventor de brinquedos, mas o tiro sai pela culatra e a poção acaba dando vindo aos objetos. Hal Holbrook, Dolly Parton e Lily Tomlin estavam no elenco. A produção misturaria animação tradicional com computação gráfica.

Doze anos antes de Toy Story (1995) chegar e revolucionar o mundo da animação, a Disney já realizava testes com computação gráfica. John Lasseter, atual chefe criativo do Pixar e do Walt Disney Animation Studios, dirigiu um curta-metragem baseado em Onde Vivem os Monstros, livro de Maurice Sendak, para mostrar as possibilidades da tecnologia. A ideia deveria se transformar em um longa-metragem, no entanto, nunca saiu do papel.

Muitos já se perguntaram o porquê de contos de fadas tão famosos quanto João e Maria (1967),  Chapeuzinho Vermelho (1963) e Cachinhos Dourados (1963) não terem ganhado animações pelas mãos da Disney. Na realidade, isso quase aconteceu. Durante a década de 1960, as três histórias estavam em desenvolvimento. Infelizmente, elas não chegaram a ver a luz do dia, pois foram exterminadas, sem explicação.

Louis Prima, um cantor de jazz e trompetista, conquistou o público por sua interpretação como Rei Louie em Mogli – O Menino Lobo (1967) e recebeu o convite para dublar o protagonista de Louis, o Urso, um urso cantor que foge do zoológico com a ajuda de dois camundongos. Várias das canções já haviam sido gravadas, porém, em 1975, Prima foi diagnosticado com um tumor cerebral e o projeto, cancelado. Parte do material se transformou em Bernardo e Bianca, que chegou aos cinemas em 1977.

Em 2004, a dupla Clements e Musker assumiu a direção de Fraidy Cat, um longa-metragem de mistério, inspirado no estilo de Alfred Hitchcock, mas com um tom cômico. Em Londres, um gato chamado Oscar é acusado do desaparecimento de um dos animais da vizinhança. Para limpar o seu nome, ele se junta à Corina, uma cacatua. Andreas Deja desenvolvia o visual dos personagens. O cancelamento ocorreu devido ao presidente do estúdio na época não achar a ideia apelativa, mas o mundo dá voltas e, no próximo ano, estreia Zootopia (03 de Março de 2016), com uma premissa bastante semelhante.

João e o Pé de Feijão é outro clássico conto de fadas que também ganharia uma adaptação cinematográfica, por volta de 2010. Supostamente, desde Julho de 2013, o projeto está de volta à produção, embora nada tenha sido anunciado oficialmente. Nathan Greno, diretor de Enrolados (2010), estaria à frente do longa-metragem intitulado Giants (Gigantes, em Português) e cujo lançamento estaria previsto para 2018.

Pobre Dom Quixote! Ao longo dos anos, foram quatro tentativas de levar o livro de Miguel de Cervantes para as telas do cinema – a primeira em 1941, a segunda cinco anos depois, em 1951 e a última em 2001. Nessa, os irmãos Paul e Gaetan Brizzi, diretores de algumas sequências em O Corcunda de Notre Dame (1996) e Fantasia 2000 (1999), seriam os diretores. As artes conceituais foram consideradas belíssimas pelos demais animadores da Casa do Mickey, que, ainda assim, preferiu engavetá-lo. Pouco tempo depois, a dupla começou a trabalhar no DreamWorks Animation.

Fantasia (1940) é um dos clássicos mais aclamados de todos os tempos. E todo esse sucesso inspirou outros projetos, incluindo Hiawatha (1949), centrado em um indiozinho caçador; Musicana (1980), no qual cada curta se passaria em um país diferente; Fantasia Continued (1996) e Fantasia ’99 (1997), versões que se tornaram Fantasia 2000 (1999); e Fantasia 2006 (2004), cujos planos foram abandonados e alguns do segmentos transformados em curtas, como A Pequena Vendedora de Fósforos (2006).

Pois é! Antes mesmo da existência do DisneyToon Studios e da febre de sequências produzidas diretamente para o mercado de home vídeo, Walt Disney em pessoa planejou uma continuação para Bambi (1942), adaptando o livro Os Filhos de Bambi, do austríaco Felix Salten. Embora o filme nunca tenha sido produzido, o livro foi lançado nos Estados Unidos, em 1943, com ilustrações dos animadores. Em 2006, foi lançado Bambi II.

Ironicamente, Mickey Mouse, um dos personagens mais populares de todos os tempos, nunca teve um longa-metragem para chamar de seu. Isso não ocorreria se À Procura de Mickey Mouse (The Search For Mickey Mouse, no original) tivesse ganhado vida. Previsto para 2003, em comemoração ao aniversário de 75 anos do camundongo, o filme mostraria Mickey sendo raptado e Minnie tentando resgatá-lo. Para isso, ela contaria com a ajuda do ratinho detetive Basil, da Rua Baker, e juntos, eles encontrariam com pelo menos um personagem de cada uma das animações do estúdio, incluindo Peter Pan, Aladdin, Alice e Robin Hood. No entanto, os executivos julgaram ser necessário mais de noventa minutos para que todos os personagens pudessem aparecer e, como havia problemas na fase de desenvolvimento da história, engavetaram a ideia.

É uma grande pena que animações como essas tenham sido descartadas, algumas delas renderiam adições interessantes ao cânone do estúdio. Quais delas deveriam ganhar uma segunda chance? Comentem abaixo e, como de costume, não se esqueçam de nos seguir em todas as nossas redes sociais – estamos no Facebook, no Instagram, no Twitter e no Tumblr. Até a próxima, Camundongos!