Lucas 
Quando O Bom Dinossauro divulgou as suas primeiras cenas, criticamos o Pixar Animation Studios por entregar algo aquém daquilo que merecíamos, ainda mais após tanto tempo de espera. E se um único momento pode mudar toda a história, um único trailer também pode servir para (começar a) mudar a nossa opinião – e cá estamos.
Não é surpresa para mais ninguém os inúmeros problemas que o longa-metragem passou durante a sua produção. Troca de diretores, mudanças no roteiro, substituição de praticamente todo o elenco de vozes originais e do compositor. Porém, ao contrário do que o teaser indicava, o resultado final poderá nos surpreender.
Segundo trailer de O Bom Dinossauro:
O estúdio tem um ótimo histórico de cativar e emocionar o público com suas histórias, sejam aquelas protagonizadas por brinquedos, monstros, animais falantes, robôs ou até mesmo emoções e amigos imaginários.
Surpreendentemente, ele consegue fazer isso mesmo sem diálogos. Quem consegue se esquecer daqueles quinze minutos inicias de UP: Altas Aventuras (2009), de Wall-E (2008) ou dos curtas Dia & Noite (2010) e La Luna (2012)? A nova prévia da aventura de Arlo funciona exatamente dessa forma.
Uma das principais exigências de Walt Disney era que suas animações pudessem ser entendidas até sem som. Arlo e Spot se comunicam apenas por gestos e expressões. Não foi preciso uma palavra sequer para compreendermos que um laço afetivo começou a se formar nesse trailer.
Quem rouba a cena é justamente a trilha sonora. “Crystals“, da banda islandesa Of Monsters and Men (escute-a mais abaixo), é sobre alguém que estava preso em um céu de ouro e nuvens de cordões prateados, banhado por esperanças vazias. Porém, esse alguém perdeu tudo ao tropeçar e cair no chão.
O bom dinossauro seria o habitante desse lugar idílico, provavelmente o momento em que vivia com sua família, e ao se separar deles é quando sua verdadeira jornada começa. Arlo precisa murchar e perder aquela casca protetora, para se tornar vulnerável e poder amadurecer, porque nada cresce na escuridão.
A letra segue dizendo que “apesar de todos os meus medos, eu consigo enxergar com clareza“. Arlo está perdido e sozinho, ou seja, tem medo do desconhecido. E encontrar Spot, um garoto humano na mesma situação, ele passa a ter uma nova visão do mundo e a se divertir com isso – ilustrado pela cena em que brincam com os vaga-lumes.
“Crystals” – Of Monsters And Men:
“Cubra seus olhos de cristais. E sinta os tons que estremecem sua espinha. Cubra seus olhos de cristais. E deixe suas cores se mostrarem e se misturarem com as minhas,” reforça o refrão. Spot é o dono dos olhos de cristais, os quais refletem os problemas enfrentados por Arlo, e que ambos precisam superar.
Juntos, irão descobrir o que significa estar realmente vivos e aprenderão a ser quem realmente são. Eles estão embarcando em uma viagem de auto-descoberta, da qual sairão como melhores amigos, ainda que a amizade entre um humano e um apatossauro fosse extremamente improvável.
Um trecho da música, que não está presente no trailer, fala: “mas eu estou bem. Eu vejo através da pele, eu perdoo o que tem dentro, porque estou nessa casa o tempo todo.” Podemos interpretar que, embora tenha problemas, Arlo se aceitou e pode seguir em frente, pois ele está feliz nessa casa. Spot se tornará a casa de Arlo. Eles se tornarão uma família.
De forma muito sutil, o Pixar Animation Studios apresenta a premissa do longa-metragem. E ao colocar a dupla de protagonistas em destaque dessa vez, podemos começar a conhecê-los, a simpatizar com quem são e a importar com a sua aventura. O estúdio sempre se apoiou na empatia do público para contar sus histórias, e dessa vez, parece que não será diferente.
Antes, havia uma sensação de estranheza pela enorme diferença entre narrativa e visual, hoje, já podemos sentir uma certa harmonia e perceber uma fluidez. Apesar do visual exagerado dos personagens ainda não ser tão agradável aos olhos, é ele que os torna únicos.
Se o estúdio decepcionou com o primeiro, ele se redimiu com esse segundo trailer. Era isso que desejávamos e era isso que deveríamos ter ganhado meses atrás. Que os próximos meses tragam muitas boas novas e, em 07 de Janeiro de 2016, sejamos surpreendidos definitivamente. Não nos desaponte, Pixar…
E se o asteroide que mudou para sempre a vida na Terra não tivesse atingido o planeta e os dinossauros gigantes nunca tivessem sido extintos? O Estúdio Pixar Animation leva você em uma jornada épica ao mundo dos dinossauros onde um apatossauro chamado Arlo faz uma improvável amizade com um humano. Enquanto viajam por uma paisagem misteriosa e desértica, Arlo aprende o poder de confrontar seus medos e descobre do que ele realmente é capaz.
