“Deus não fez isso. O Diabo fez. E eu vou encontrá-lo.”
Jessica Jones
Jessica Jones já estreou há um mês na rede Netflix e é bem provável que você já tenha lido várias críticas positivas sobre a série. No entanto, se ainda não se convenceu, aqui estão os seis principais motivos pelos quais acreditamos que o seriado mereça a sua atenção.
Se acabou de chegar ao mundo do Marvel Studios e se sente perdido em meio a tantos títulos já lançados, não se preocupe. Jessica Jones é uma série que funciona sem se apoiar nos quadrinhos ou demais produções audiovisuais. Ao mesmo tempo, o seriado funciona como uma ponte para as próximas produções originais da Netflix, além de trazer personagens que conhecemos em Demolidor, nos apresenta novos personagens que serão explorados nas próximas séries, como Luke Cage. Jessica Jones irá se unir a Murdock, Cage e outros vigilantes no futuro seriado, Defensores.
É um seriado do cotidiano que mostra o lado que ninguém quer enxergar de uma grande cidade. Não existe um vilão cósmico ou um herói bem elaborado. Aqui as pessoas são más dentro de suas próprias opiniões e caprichos. E os defeitos que não são trabalhados servem de prato cheio para que Kilgrave se fortaleça. Fácil de identificar isso no dia a dia, quando damos muita trela para pessoas que em nada nos fazem bem.
O preconceito enraizado e os estereótipos fortalecidos por algumas produções audiovisuais servem apenas para aumentar nossa intolerância e medo do diferente. A série de Jones apresenta uma gama de personagens muito diversificada, sendo esse um dos pontos fortes da série. Há casais homossexuais, inter-raciais, personagens negros, brancos, mulheres donas de si, homens íntegros, e outros monstruosos, pessoas ricas com boa índole e pessoas pobres sem caráter. O seriado nos lembra que o caráter de um indivíduo não é definido apenas pelo meio no qual ele foi criado, e tão pouco por suas características físicas.
É impossível falar de Jessica Jones e não mencionar seu grande serviço à imagem de todas as mulheres. Felizmente, a série passa com louvor no teste de Bechdel. Sim, às vezes somos donzelas indefesas e precisamos de ajuda, mas personagens escritas apenas com essa faceta não são apenas ofensivas, são também frutos de roteiristas rasos ou preguiçosos. O ano de 2015 foi um no qual grandes franquias se apoiaram em protagonistas mulheres e obtiveram enorme êxito, agradando público e crítica, e Jessica está entre elas.
Kilgrave foi um vilão construído para nos chocar com seu lado humano. Ele não é um monstro enviado à Terra para nos exterminar, esse não é o mundo de Jessica Jones. A série lida com algo muito pior e cotidiano: o abuso físico e psicológico. Kilgrave, e seu poder de obrigar as pessoas a desejarem fazer o que ele manda, nos lembram os horrores que pessoas passam todos os dias em relacionamentos e situações abusivas. O seriado grita algo que jamais devemos esquecer: a culpa nunca é da vítima.
Krysten Ritter nasceu para ser Jessica Jones. Seu olhar sério e de poucos amigos se misturam ao prelúdio da vida da heroína e investigadora. Krysten está tendo uma ótima oportunidade de mostrar que tem talento ao viver na pele de uma pessoa que teve sua vida virada do avesso, sem muitas vitórias, amigos e sossego. A personagem Jessica é uma vítima que sofre todos os dias e Krysten nos convence com sua ótima atuação.
Esperamos que tenham sido seis motivos suficientes para despertar seu interesse. A série apresenta uma trama envolvente e merece seu tempo. Não deixe de conferir a crítica de toda a temporada sem revelações do enredo, aqui no site, e boa maratona! O quê? Não tem conta na Netflix? Ah, aproveite o espírito natalino e peça a senha para um amigo! Não esqueça de voltar para contar o que achou.
~ Por Alvaro & Caroline & Sarah