Vários cineastas do Pixar Animation Studios costumam rejeitar a ideia de sequências, pois acreditam ser melhor investir em novas histórias originais ao invés de continuar trabalhando com os mesmos personagens. Um desses cineastas é Andrew Stanton, diretor do fenômeno Procurando Nemo (2003).
Depois de trabalhar na popular aventura de Marlin à procura de seu filho Nemo, Stanton desenvolveu Wall-E (2008) e John Carter: Entre Dois Mundos (2012), seu primeiro longa-metragem de ação ao vivo e uma fracasso de bilheterias. Em seguida, diversos portais começaram a anunciar o desenvolvimento de uma continuação dos amados peixes.
Tais notícias foram vistas com certo ceticismo por parte do público. Afinal, começar a trabalhar em um projeto com grandes chances de um imenso retorno financeiro parecia ser a forma correta para pedir desculpas à casa do Mickey Mouse pelos milhões perdidos com a adaptação do livro de Edgar Rice Burroughs.
Recentemente, ao promover o lançamento de Procurando Dory, a sequência tão esperada pelo público há treze anos, Stanton revelou começou surgiu o projeto. De acordo com o diretor, a ideia invadiu a sua mente antes de John Carter: Entre Dois Mundos (2012) chegar aos cinemas, e o fez passar muitas noites acordado.
“Eu nunca assisto a meus filmes depois de pronto. Depois de uns seis ou sete anos, eu assisti a Nemo por algum motivo. E isso me incomodou, pois comecei a pensar em como não resolvemos o problema de Dory. Eu sabia que ela tinha um problema para resolver,” comenta o diretor vencedor de dois Oscar®.
“Podia sentir o quão insegura ela era internamente e como ela via a sua perda de memória recente como um peso para os outros. E por isso, ela precisava compensar com seu otimismo. E eu também estava preocupado com a possibilidade de ela se perder de Marlin e Nemo, esquecê-los e nunca mais encontrá-los,” revela.
Stanton, então, começou a pensar nas origens de Dory, porque, quando a conhecemos no longa-metragem de 2003, ela está sozinha e provavelmente havia se perdido de sua família ou de seus amigos. Em segredo, o diretor chamou Angus MacLane (Toy Story de Terror) e Bob Peterson (UP: Altas Aventuras) para ajudá-lo com o projeto.
O trio queria ter certeza de ser algo viável, possível e sobretudo de ser a história correta, antes de anunciarem aos demais colegas do estúdio. Para Stanton, não foi uma decisão corporativa influenciada pelo seu filme anterior, e sim, uma necessidade de contar a história de Dory e solucionar os seus problemas em aberto.
“Ninguém planeja fazer uma sequência dez anos depois. Você apenas espera o momento certo até chegar à história certa,” explica Stanton. “O acordo [com a Disney] era muito claro: nós apenas faríamos sequências se pensássemos ser a história correta. Eles honraram isso. Eles nunca vieram até nós com segundas intenções. Eles apenas esperam nós irmos até eles.”
Quanto à possibilidade de mais aventuras de Dory e Marlin no futuro, o diretor deixa em aberto, caso a inspiração venha bater à sua porta novamente daqui a alguns anos. Procurando Dory mergulha em 30 de Junho de 2016 nos cinemas de todo o Brasil.
Seis meses após reunir Marlin e Nemo, Dory subitamente se lembra das memórias de sua infância. Acompanhada por seus amigos, ela parte em busca de sua família e chega ao Instituto de Vida Marinha em Monterey, na Califórnia, onde conhece três novos amigos: Bailey, uma baleia branca; Destiny, um tubarão-baleia; e Hank, um polvo, que se torna o seu guia no local.