As canções compostas por Howard Ashman e Alan Menken para o clássico A Bela e a Fera (1991) são, sem dúvida, inesquecíveis. E é quase impossível escolher qual a melhor de toda a trilha sonora. Porém, uma delas certamente habita o imaginário popular devido ao seu esplendor e magia: a cena de “Be Our Guest“/”Seja a Nossa Convidada“, na qual os objetos encantados cantam de alegria pela nova visitante, Bela.
Liderada pelo candelabro Lumière, o número musical chama a atenção pela sua complexidade, com vários personagens cantando e dançando ao mesmo tempo. E para a readaptação estrelada por Emma Watson e Dan Stevens, o Walt Disney Studios não poupou nenhuma despesa para a sua execução ser a mais perfeita e mágica possível, além de ser tão icônica quanto à original.
“É um número musical de quatro minutos e custou muito mais do que o inteiro orçamento de Sr. Sherlock Holmes,” declarou o diretor Bill Condon para a Entertainment Weekly, fazendo referência ao seu último longa-metragem sobre uma versão aposentada do famoso detetive, cujo custo de produção está estimado em US$10 milhões.
“Demoramos um ano para realizá-la – e obviamente, gastamos seis meses antes disso para planejá-la. Acredito ser, de longe, um dos números musicais mais elaborados e intricados já filmados,” diz Condon. A cena precisou de um trabalho intenso da equipe criativa, pois a maioria dos personagens vistos em tela foi criada por meio de computação gráfica.
“Be Our Guest“:
“Bem, é interessante fazer o nosso maior número musical sem ninguém ali, exceto por alguns cortes para Bela,” brinca. Apesar da ausência de atores no momento, Condon se diz particularmente orgulhoso do resultado final. O diretor trabalhou ao lado do produtor de efeitos visuais Steve Gaub (Tron: O Legado) e do coreógrafo Anthony Van Laast (Mamma Mia!) para elaborar toda a sequência.
Van Laast, porém, nunca imaginou que estaria planejando passos de danças para um candelabro, um relógio, um bule de chá e outros utensílios, quando aceitou o trabalho. “O maior desafio foi fazer a coreografia para a animação, o que eu não tinha realmente pensado quando Bill me procurou,” explica o coreógrafo.
“Nunca tinha pensado a respeito disso. Quer dizer, eu já assisti a diversos filmes de animação antes, mas nunca havia pensado haver um coreógrafo envolvido (…) E de repente, eu estava lá trabalhando com ‘Be Our Guest‘ e pensando, ‘Céus, esse é um número muito grande para se fazer usando animação’. E então, começamos a falar sobre pré-visualizações e eu não sabia o que eram,” revela Van Laast.
“Como não sabia nada disso, fui fazer um pequeno curso sobre pré-visualizações e fizemos toda a coreografia de ‘Be Our Guest’ usando pré-visualização, captura de movimento e ensaiando os dançarinos, e depois transferindo isso para vários personagens,” comenta. Os cineastas gravaram humanos dançando como ponto de referência para o time de efeitos visuais. E isso exigiu um pouco de imaginação.
Já com a sequência totalmente elaborada, era a vez de filmar modelos de Lumière (voz original de Ewan McGregor) e Horloge (voz original de Ian McKellen), pratos e talheres reais no cenário construído no estúdio, a fim das câmeras capturarem a exata iluminação de cada objeto, assim como as texturas da toalha de mesa e o brilho da cerâmica.
“Muitas pessoas irão pensar se tratar de uma cena completamente feita com computação gráfica, mas eu diria que noventa por cento do que o público irá assistir nas telas começou com um prato sendo filmado em uma sala de jantar,” acrescenta Glaub. Quanto aos atores, Emma Watson não se sente triste de ter finalizado as filmagens da cena.
Bastidores de A Bela e a Fera:
“‘Be Our Guest’ parece a cena mais divertida de se participar como Bela, mas, paradoxalmente, também foi a cena mais entediante de se participar como Bela,” diz Watson, rindo. Ewan McGregor, por outro lado, não se sentiu muito confortável de participar das filmagens. “Não é muito gracioso fazer captura de movimento,” desabafa o ator.
O ator continua: “Você está usando um traje apertado com bolas presas nele todo e você precisa usar um chapéu muito estúpido. Não é o seu momento de maior orgulho. E, naturalmente, todos querem vir assistir, então, há umas cinquenta pessoas atrás da câmera. Eu precisava dizer, ‘Olha, eu não posso fazer isso, vocês precisam tirar todo mundo!’“
Para incorporar o espírito, os colaboradores buscaram inspiração em mestres como Bob Fosse, diretor de Cabaret (1972); o coreógrafo Busby Berkeley, responsável por Idílio em Dó-Ré-Mi (1942); e a atriz Esther Williams, conhecida por suas extravagâncias. “Eles me abordaram como se fossemos encenar o número na Broadway. Se você não pode imaginá-lo assim, nós não estávamos fazendo certo,” diz Gaub.
“Nós gastamos meses e meses. Anthony coreografou, e nós levamos isso para uma espécie de mundo virtual e aplicamos aos personagens. Mas irá parecer muito real. É o meu trabalho mais complicado,” diz Condon. Watson finaliza: “Foi complicado. Porém, tudo parece espetacular, então tudo valeu a pena no final.” O resultado dessa experiência já pode ser conferido, pois A Bela e a Fera está em exibição.
Trailer legendado de A Bela e a Fera:
A Bela e a Fera é a fantástica jornada de Bela, uma jovem linda, brilhante e independente que é aprisionada pela Fera em seu castelo. Apesar de seus medos, ela se torna amiga dos serviçais encantados e aprende a enxergar além do exterior horrendo da Fera e percebe o coração gentil do verdadeiro Príncipe que existe em seu interior.