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Especial: Disney on Broadway | Parte 3

Vamos agora para a terceira parte do Especial DISNEY ON BROADWAY, onde falaremos dos musicais “Mary Poppins”, “Tarzan”, “The Little Mermaid” e também um pouco do teatro musical brasileiro.

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“Mary Poppins” é o título do primeiro livro escrito por Pamela Travers em 1934. Após este, foram mais quatro até que finalmente ela entregasse os direitos autorais para que a Walt Disney Pictures fizesse um longa-metragem. Apesar de sua criatividade, Pamela era uma senhora dificil e após várias tentativas, somente quem conseguiu fechar negócio com ela foi o próprio Walt. Com Julie Andrews em seu primeiro filme e Dick Van Dyke, popular comediante de TV, na época, “Mary Poppins” foi um tremendo sucesso.

O auge da qualidade em filmes Disney por muitas décadas e com certeza também o auge da criatividade de Walt que sempre adorou animação, filmes live-action e boa música, que se misturaram como nunca em “Mary Poppins”. No mesmo período, “The Sound of Music” (A Noviça Rebelde) fazia grande sucesso na Broadway e apenas dois anos depois se tornaria o filme mais conhecido de Julie Andrews. Alguns anos após o lançamento a Disney pensou em levar “Mary Poppins” para a Broadway, fazendo o caminho oposto de “The Sound of Music”.

Não aconteceu. Por motivos não muito claros. Mas é bem provável que Pamela tenha tornado isto impossível de acontecer, afinal, ela teria novamente que vender os direitos autorais da história para que um musical pudesse ser construido. E não é segredo nenhum que ela ficou muito insatisfeita com o filme de Walt Disney. Toda a parte animada, por exemplo, ela pediu que fosse retirada do filme no dia da estréia dele. Sim, até mesmo a sanidade dela foi questionada devido a estas e outras situações. Ela jurou nunca mais se juntar com a Disney numa parceria envolvendo Mary Poppins. E várias vezes durante os anos 70 e 80 tentaram um novo acordo. Talvez para mais um filme… talvez para o tal musical. E nunca dava certo.

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Vídeo oficial do número “Supercalifragilisticexpialidocious“:

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Finalmente, no início dos anos 90, Cameron Mackintosh foi ao encontro de Pamela e concordando com várias condições, conseguiu comprar os direitos para que o Musical “Mary Poppins” fosse produzido. Ele é considerado o maior produtor na indústria dos musicais, sendo que trabalhou na construção de “Cats”, “Les Miserables”, “The Phantom of the Opera” (O Fantasma da Ópera), “Miss Saigon” e etc. Claro que o fato de ser um inglês nativo também contou muito para que Pamela aprovasse a produção de um musical de Mary Poppins.

Ela era conhecida por ter menos confiança para com os norte-americanos… tanto é que sua condição era a seguinte: somente escritores e profissionais ingleses (nenhum norte-americano e ninguém daquele país envolvido na produção do filme de 1963) poderia ter poder sobre o processo criativo. Com isto, os Sherman Brothers, que compuseram as músicas para o filme, não poderiam escrever nenhuma outra canção adicional, por exemplo. Ainda assim, Richard Sherman colaborou muitas vezes lado-a-lado com os compositores George Stiles e Anthony Drewe. Aliás, a entrada dos dois no projeto, foi bastante simples. George escreveu a melodia da canção “Practically Perfect” e Anthony, as letras. A música foi enviada a Cameron Mackintosh, que gostou da composição e os dois entraram no projeto. Para escrever a história, que seria baseada no enredo do filme, que por sua vez é baseado em alguns livros de Mary Poppins, foi trazido Julian Fellowes, principalmente pelo fato de ele ser um expert da era Eduardiana na Inglaterra.

A era em que a história de “Mary Poppins” acontecia. Da maneira como estava detalhado em seu testamento, o musical foi, dentro do possível, construido a partir dos desejos e limitações que Pamela estabeleceu por escrito. A venda dos direitos foi feita no início de 1994, quando “Beauty and the Beast” (A Bela e a Fera) revolucionava a Broadway. Pamela faleceu em 1996 e somente cinco anos depois é que os preparativos oficiais se iniciaram. Diferente de “Beuaty and the Beast”, por exemplo, “Mary Poppins” não iria estrear na Broadway. Iria estrear em West End, que é considerada a Broadway da Inglaterra, o segundo maior território do teatro musical no planeta.

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Vídeo oficial de um trecho da reprise de “Chim-Chim-Cheer-Ee“:

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Após o musical “My Fair Lady” (Minha Bela Dama) terminar no popular Old Vic Theatre, todo o elenco foi aproveitado para levar dos papéis para o palco a história do musical “Mary Poppins”, que já estava praticamente pronta. Isto se chama ‘orkshop’. Não significa que por participarem deste passo tão importante estes atores estarão dentro do musical. Eles servem, muitas vezes, apenas como ‘marcadores’. O musical é trabalhado com este elenco desde o primeiro ao último minuto. Quando ele se dá por ‘concluido’, após centenas de filmagens, fotos e anotações serem feitas, todo o elenco é descartado e os testes se iniciam para que os atores perfeitos sejam escolhidos para cada papel. Claro, os artistas que participaram dos workshops ganham para isto e eveltualmente alguns acabam passando nos testes e entrando definitivamente na produção.

Como acontece nos EUA, o musical teve sua estréia limitada na cidade de Bristol em meados de Setembro de 2004. Após várias apresentações, modificações e uma grande expectativa criada, “Mary Poppins” fez sua estréia oficial no Prince Edward Theatre, em Dezembro de 2004. Ficou em cartaz por pouco mais de três anos, saindo de lá em Janeiro de 2008. Com alguns ajustes nos cenários e efeitos, o musical que estava fixo no Prince Edward Theatre iniciou uma tour na Inglaterra em Junho de 2008, terminando em Abril de 2009.  Já nos EUA, “Mary Poppins” estreou em Outubro de 2006 no New Amsterdan Theatre, diretamente na Broadway. Este teatro foi contratado pela Disney em 1997 e foi primeiramente utilizado para a pré-estréia do filme “Hércules”, abrigando o musical “The Lion King” de 1997 até 2006, quando ele se mudou para o Minskoff Theatre, tornando possível a entrada de “Mary Poppins” alguns meses depois.

Para segurar um cenário gigantesco, como a casa de três andares da família Banks e que para que Mary Poppins voasse sobre a paltéia, a estrutura do teatro deveria ser muito boa. Algo que não é dificil de se encontrar em Nova York, mas ainda assim, um desafio. Muitas canções do filme estão no musical, mesmo que com várias mudanças nos arranjos e até algumas alterações nas letras. “Supercalifragilisticexpialidocious”, por exemplo, ganhou novo lugar na história, assim como “A Spoonfull of Sugar” (Um Pouco de Açúcar) e outras mais. Novas coreografias também foram inventadas. Cenas completas, como a do Tio Albert preso no teto por rir demais, foram cortadas e junto, a música. Neste caso; “I Love to Laugh” (Adoror Rir). A canção “Temper, Temper”, foi substituida por “Playing the Game” em 2009. Ela era considerada muito assustadora no contexto da cena. “Mary Poppins” não tem a mínima previsão para sair de Nova York. Enquanto isto, um outro elenco com cenários levemente reduzidos e efeitos que variam de teatro para teatro, faz tour pelos EUA. Esta tour se iniciou em Março de 2009 e está até hoje rodando pelo país.

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Vídeo oficial e completo do grandioso número “Step in Time“:

Com direito a Bert andando de cabeça-pra-baixo nos telhados do teatro e uma pequena homenagem ao Brasil no arranjo da canção. Veja se você encontra… este mesmo vídeo pode ser encontrado no Disco 2 do DVD “Mary Poppins – Edição de 45º Aniversário”.

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Logo após o enorme sucesso do filme “Tarzan” nos cinemas, pensou-se em produzir um musical com mesmo enredo, personagens e música de Phil Collins. Justamente pelo fato de Phil estar no projeto, a propaganda seria maior e consequentemente, o público. Após muitos anos guardado na prateleira, o projeto foi aberto em 2003. A história do garoto criado por macacos parecia ser perfeita para a Broadway.

Selvas, praias, animais muito similares aos humanos, fisicamente… esta seria a parte menos dificil. Aliás, elaborados números musicais em que os atores se balançavam em cabos verdes, representando cipós, cenas debaixo da água, sobre árvores cenográficas e etc. foram criadas para tornar o show mais emocionante, pois a história adaptada para o palco, em sí, era mais dramática do que cheia de aventuras, como no filme. Phil Collins escreveu mais de 14 canções inéditas para embalar a história. “You’ll Be in My Heart” voltou às paradas de NY quando o show entrou em cartaz. Esta canção foi a mais tocada nos EUA em 1999, após “My Heart Will Go On”, em Titanic, dois anos antes na categoria de trilha sonora.

A estréia foi um grande evento, “Tarzan” chegou na Broadway dia 10 de Maio, no Richard Rodgers Theatre. Este teatro é pouco popular em Nova York e sempre abrigou musicais e peças por pouquíssimo tempo. Alguns até diziam que era amaldiçoado; “projeto nenhum ficava parado no Richard Rodgers por mais de dois anos”. Se existe alguma maldição, “Tarzan” caiu nela, pois o musical fechou suas cortinas no dia 8 de Julho de 2007, apenas um ano e meio após a estréia. E tudo por falta de público. Foi também o único musical da DISNEY THEATRICAL que não foi exibido em outra cidade antes de ir para a Broadway, na intenção de testar o show com a platéia. Críticos disseram que esse foi o erro deles. Outros já dizem que tudo conspirou para que “Tarzan” não desse certo.

Outros musicais maiores estavam em cartaz todos de uma vez, o fato de estar num teatro menor e menos conhecido… enfim. Este é considerado, também, o musical mais simples e mais fácil de se adaptar tecnicamente. É irônico, talvez “Tarzan” devesse ter sido uma produção internacional, feita seguindo os mesmos passos de “The Hunchback of Notre-Dame” (O Corcunda de Notre-Dame), que estreou na Alemanha e até hoje não chegou na Broadway e nem na Inglaterra. Em Hamburgo, “Tarzan” entrou em cartaz no mês de Outuro de 2008, com mesmos cenários e figurinos da Broadway e está lá até hoje! Continua sendo um sucesso na Alemanha.

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Dê uma olhada em como ficou “Tarzan” no palco de Hamburgo, na Alemanha:

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“The Little Mermaid” (A Pequena Sereia) é originalmente um conto-de-fadas escrito pelo renomado Hans Christian Andersen, em 1836. “The Little Mermaid” é considerada sua décima obra. O que poucos sabem, é que originalmente Hans criaria a história para que fosse transformada num balé. Sabe-se pouco sobre quem faria a adaptação, que tipo de produção seria e etc. Mas não aconteceu. E ela foi publicada em 7 de Abril de 1837.

Pelas mãos de Walt Disney, a história já encontrava-se em contato com o cinema nos anos 40. Muitos desenhos e rascunhos da história foram feitos, mas com tantos projetos em andamento e com as dificuldades geradas pela a 2ª Guerra Mundial, “A Pequena Sereia” foi engavetada, em torno da mesma época em que “A Dama e o Vagabundo” também foi deixado de lado. Ao contrário do que muitos pensam, o primeiro musical feito a partir do conto-de-fadas foi uma ópera escrita pela cantora/poeta e compositora; Germaine Tailleferre em 1957, na França.

A peça possuia quase três horas de duração, tinha três atos e foi apresentada em algumas cidades da França. Em 1959 ela foi adaptada para o rádio e era encenada ao vivo por grande parte do elenco que a apresentou no teatro. Para a transmissão, foi dividida em cinco partes que iam ao ar diariamente na faixa do horário nobre da French Radio National. Quando Alan Menken escreveu as canções para “A Pequena Sereia” em 1989, procurou ler e escutar o que pudesse da ópera francesa. Após muitos anos sem produzir um conto-de-fadas animado, a história de Ariel teve um grande impacto na Disney, foi um enorme sucesso comercial.

Com a animação passando por grande mudança na virada da década de 80 para 90, “A Pequena Sereia” recebeu muitas críticas elogiando a produção como um todo, mas concordando que a animação poderia ser melhor e que a Disney tinha capacidade para isto nos próximos projetos. Algo que talvez só tenha acontecido em “Aladdin”, pois “A Bela e a Fera” ainda mostra muitas limitações e erros na animação. No ano de 2004, começaram na DISNEY THEATRICAL, as reuniões para decidir se “The Little Mermaid” deveria realmente se tornar um musical.

Planejado para ficar pronto no 20º aniversário do filme, o musical acabou estreando bem antes, em 2007. Durante um bom tempo, Ariel voltou a ser a princesa mais comentada. Em 2006, o DVD do filme chegou ás lojas e com ele, produtos e mais produtos. Logo após, o musical estreou no ano seguinte e em 2008, o terceiro e último filme também causou certo impacto, principalmente com o público infantil. A produção do musical foi muito tranquila e pegou um caminho bem diferente das produções anteriores. Esta teve realmente a intenção de trazer as crianças ao teatro e de mostrar muitas cores e alegria para a platéia, quase que caindo no clichê dos musicais. Em Julho de 2007, ele teve sua estréia em Denver, no Colorado.

Ficou em cartaz durante quase três meses e depois os mesmos cenários e figurinos foram levados para Nova York, estreando na Broadway com apenas algumas adaptações técnicas. O teatro era o Lunt-Fontanne Theatre, que há poucos meses abrigava “Beauty and the Beast” que saiu para a entrada de Ariel.

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Vídeo oficial de trechos dos momentos mais mágicos de “The Little Mermaid” na Broadway:

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O resultado não foi exatamente o esperado. Talvez, justamente, pelo fato de a produção ser mais infantil do que as anteriores produzidas pela DISNEY THEATRICAL. Apesar de “A Pequena Sereia” ser conhecido mundialmente, os turistas ainda preferiam assistir a outros shows mais clássicos, como “The Phantom of the Opera” (O Fantasma da Ópera) e o grande trunfo da Disney, isto é inegável, era “Beauty and the Beast”, sendo que “The Lion King” também ia muito bem. Era o musical que todo turista, independente de estar em família, tendo no mínimo dois dias em Nova York, assistia.

Muitas vezes “Beauty and the Beast” teve platéia maior que a dos “clássicos”. A troca fez a DISNEY THEATRICAL perder um pouco de dinheiro e “The Little Mermaid” não conseguiu firmar um nome tão potente com os turistas, principalmente. Mesmo tendo estreado em Novembro, uma ótima época. Claro que ninguém adimitiu isto abertamente. “The Little Mermaid” deixou a Broadway após menos de dois anos em cartaz, no mês de Agosto de 2009.  O musical está adormecido desde seu fim em NY. A primeira tour pelos EUA, que estava programada para o segundo semestre de 2010 foi adiada para 2011, mas nenhuma data ainda foi confirmada.

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O número “Poor Unfortunate Souls” (Corações Infelizes) na Broadway:

ENQUANTO ISTO, NO BRASIL…

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Os musicais da Broadway chegaram em peso no Brasil somente no início da década passada. “Les Miserables” entrou em cartaz em 2001, mais precisamente, no Teatro Abril, que é o teatro mais importante e movimentado de São Paulo, atualmente. Foi neste momento em que os musicais realmente vieram para ficar no nosso país. A empresa que proporcionou destes espetáculos para o Brasil, foi a CIE, que todos conhecemos hoje em dia como Time For Fun; T4F.

Sim, a mesma empresa que foi muito comentada por ter trazido shows do U2 e Madonna. Naquela época, os profissionais que integravam o elenco dos espetáculos não haviam se especializado exatamente para o teatro musical. A maioria estudava canto, dança e interpretação separadamente para tentar carreira em outro meio, como na TV, no cinema e etc. Alguns apenas tinham talento e davam conta do papel. Outros até mesmo eram mestres no assunto, como Ana Taglianetti, fundadora e professora de canto até hoje da Casa de Artes Operária. Ela interpretou Sra. Potts. O teatro musical ainda era pequeno no Brasil e ninguém ainda reconhecia certos nomes que já exibiam tanto talento no palco. Ainda.

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A principal canção de “A Bela e a Fera“, que leva o mesmo título do show:

Com letra totalmente modificada, mostra o momento em que Bela se apaixona pela Fera na produção de 2009.

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Kiara Sasso já era formada em teatro musical pela Faculdade de Santa Monica, nos EUA e ela ficou com o papel mais cobiçado entre as mulheres; o da Bela! Saulo Vasoncelos foi o par dela, a Fera. Hoje em dia os dois são considerados os melhores e mais importantes nomes do teatro musical no Brasil. O ator Global, Daniel Boaventura, interpretou Gaston e Beto Marden, apresentador do Zapping Zone e Disney Planet no Disney Channel, fez LeFou. “A Bela e a Fera” ficou em cartaz de 20 de Junho de 2002, aproveitando as férias na metade do ano, até 15 de Dezembro de 2002.

Apresentações de quarta a domingo, sendo duas no sábado e duas no domingo. Foi um sucesso arrebatador e São Paulo definitivamente ganhou um enorme atrativo para o turismo cultural. Pessoas de todo o Brasil assistiram ao show, pois muitos estavam a passeio ou a trabalho na cidade e todos os meios de comunicação recomendavam “A Bela e a Fera”. Todos os dias, os mais de 1.500 lugares do Teatro Abril se ocupavam e o lucro foi gigantesco, permitindo que outros musicais fossem financiados após este. E isto nunca parou. Teve decaídas, mas nunca parou.

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Trecho do vídeo oficial do número “Bela“:

O início do desenho animado foi totalmente transportado para os palcos brasileiros em 2009.

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Vieram “Chicago”, “O Fantasma da Ópera”, “Miss Saigon” e veja só quem retornou! “A Bela e a Fera” volta a ficar em cartaz de Maio a Novembro de 2009. Com Lissah Martins no papel de Bela (a Patrícia, do extinto grupo Rouge), ela causou certa polêmica por ser de origem oriental, o que alguns acharam que não combinava com a personagem.

Ela já havia enfrentado um pouco de preconceito quando foi a protagonista de “Miss Saigon”, em 2007, já que pertencia ao mundo da música pop e não era estudante de teatro musical. Alguns artistas da produção de 2002 retornaram, como Marcos Tumura, no papel de Lumiere, Jonathas Joba, no papel de Din-Don e Ricardo Vieira, que havia feito o curto papel do Monsieur Dark em 2002, voltou como a Fera!

Esta produção foi muito criticada e não faltaram comparações com a primeira. Problemas técnicos, preços dos ingressos subindo cada vez mais, atores que segundo público e crítica; não combinavam com o papel ou não estavam preparados… bom, opnião de quem entende (ou acha que entende), pois a platéia, no geral, sempre saia encantada, impressionada e com vontade de assistir novamente. Não há previsão para que o espetáculo volte ao Brasil. Assim que saiu daqui, os cenários, figurino e etc foram encaminhados para a Argentina, onde a T4F também atua e produz os musicais.

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Vídeo oficial de trecho do número “Be Our Guest” de “A Bela e a Fera”, no Brasil:

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O musical “Aida” chegou ao Brasil em 2008 pelas mãos de produtoras não tão conhecidas no mercado paulista; a Master Produções Artísticas e a Break a Leg! Muitos se surpreenderam que os direitos para a montagem brasileira tivessem ficado com elas, pois era provável que seria a T4F que produziria o musical, já que ela sempre monta os maiores e mais conhecidos espetáculos. “Aida” não era um show tão conhecido e ficou em cartaz no Teatro Cultura Artística, que é mais simples e não está no mesmo patamar do Teatro Abril, do Teatro Bradesco ou do Teatro Alfa, por exemplo.

No entanto, a presença de Saulo Vasconcelos no elenco, como o personagem Zoser, com certeza fez o público comparecer mais do que o esperado. Ao contrário do que alguns pensam, quando algum ator em especial está escalado para protagonista em uma produção como essa, pode trazer um público bem maior do que o esperado. E isso pode triplicar quando se traa de um ator Global. O que quase sempre representa falta de qualidade, pois alguns são convidados pelo fato de serem famosos e não por serem bons cantores.

ESTRELAS DA BROADWAY NO BRASIL:

Quando se fala de teatro musical no Brasil, sabemos que somos um país com muita sorte, pois temos pessoas altamente capacitadas e artistas super talentosos para qualquer produção que apareça. Não precisamos importar dançarinos, músicos e especialistas, como alguns países ainda fazem. Não há um fã de teatro musical no Brasil que não conheça Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos. Eles são, com certeza, as maiores estrelas do teatro musical no Brasil. Conheça mais sobre eles:

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Kiara nasceu no Rio de Janeiro e se mudou ainda muito novinha para os EUA. Ela viveu grande parte da infância em Los Angeles e em suas vindas ao Brasil, ainda adolescente, participou dos musicais “Banana Split” e “Os Fantástikos”, no Rio de Janeiro. Naquela época não existiam grandes produções e nem público suficiente para grandes espetáculos. “Já me apresentei para uma platéia de quatro pessoas! E duas eram convidados!” ela mencionou em uma entrevista. Novamente nos EUA; ela cursou Teatro Musical na Faculdade Santa Monica.

Se apaixonou pelos musicais quando assistiu em NY “The Phantom of the Opera” (O Fantasma da Ópera), ainda quando criança. E foi cantando as canções do CD que descobriram que Kiara tinha talento para a música. Em 1997, dublou uma das musas cantoras de “Hércules”. Foram muitas dublagens para a Disney. Fez a voz cantada de Ariel em “A Pequena Sereia” (redublagem), “Mei”, em “Mulan II”, Cinderela em “Cinderela II: Os Sonhos se Realizam” e Angelique, de “A Bela e a Fera: O Natal Encantado” tem sua voz durante todo o filme.

Sua carreira deu um grande salto em 2002, quando interpretou Bela em “A Bela e a Fera”, no Teatro Abril. Era o maior musical já apresentado no Brasil, o sucesso que veio logo após “Les Miserables”. Outro ponto alto de sua carreira nos musicais foi poder interpretar a protagonista do musical que a fez se interessar por este tipo de arte. Kiara fez Christine em “O Fantasma da Ópera” e ficou quase dois anos em cartaz. Após, veio Ellen em “Miss Saigon” e o papel que a deixou conhecida pelo Brasil inteiro: Maria em “A Noviça Rebelde”, quando foi elogiada em diversos meios de comunicação.

Atualmente, está em cartaz novamente no Teatro Abril como Donna; em “Mamma Mia!”, basead nos hits do ABBA. Já está há dez anos em cartaz na Broadway e não há previsão para o término dele aqui no Brasil. Recomendo a todos. Não podemos dizer que ela está perfeita neste papel, pois já foi esse o comentário que recebeu em seus outros musicais há dois, três, seis anos atrás… ela está além da perfeição!

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Kiara Sasso cantando “Money, Money, Money” do Musical “MAMMA MIA!“:

Em cartaz no Teatro Abril, SãoPaulo.

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Saulo é natural de Brasília e já disse em entrevistas que não era o maior objetivo de sua vida se tornar um ator de teatro musical. Muitas vezes explicou que isto foi simplesmente acontecendo e que teve sorte de estar no lugar e na hora certa. Seu primeiro grande papel foi em “O Fantasma da Ópera” na Cidade do México em 1999. Sim, ele deu o primeiro grande passo na carreira, fora do Brasil.

Em 2001, interpretou Javert em “Les Miserables”, já no Brasil. Após, veio “A Bela e a Fera”, novamente como protagonista; a Fera. Em 2004 voltou ao México, com o mesmo papel que teve aqui no Brasil em “Les Miserables”. Quando retornou ao nosso país, “O Fantasma da Ópera” também retornou em sua vida, interpretando novamente o personagem-título, mas desta vez, em Português e em seu país nativo. Foi Zoser em “Aida”, Capitão Von Trapp em “A Noviça Rebelde”, (produção de São Paulo) e  Old Deuteronomy em “CATS”. Está em cartaz, atualmente, como Sam em “Mamma Mia!”, no Teatro Abril. Ele já foi o par de Kiara Sasso em “A Bela e a Fera”, “O Fantasma da Ópera”, “A Noviça Rebelde” e agora novamente no musical baseado nos hits do ABBA.

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Saulo Vasconcelos cantando “Ad Dressing a Cat“:

O número que fecha o Musical “CATS“, em 2010 no Teatro Abril

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Na quarta e última parte do Especial DISNEY ON BRAODWAY, você saberá quais produções possuem a maior chance de se tornarem os novos projetos da Disney na Broadway e como viajar e assistir aos espetáculos ao vivo, seja em Nova York ou em São Paulo!

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Clique aqui e confira as demais partes deste especial!

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Escrito por Nicolas Marlon