Em antecipação à estreia no Festival de Animação de Annecy, o Walt Disney Animation Studios revelou os primeiros detalhes de seu próximo curta, Inner Workings (Funcionamento Interno, em tradução livre), cuja direção é do brasileiro Leo Matsuda, e será exibido nos cinemas antes de Moana: Um Mar de Aventuras, a partir de 05 de Janeiro de 2017.
O curta-metragem trata de algo bem comum em nosso cotidiano. Todos os dias vivenciamos um duelo entre as necessidades de nosso cérebro e as urgências de nosso coração. Essa disputa invisível ganhará corpo por meio da ideia de Matsuda, um dos artistas de história em Detona Ralph (2012) e Operação Big Hero (2014), além de ter contribuído com Zootopia (2016).
Matsuda, em entrevista ao USA Today, disse viver nesse cabo de guerra entre os dois extremos. O mesmo acontece com sua a linhagem. Nascido em São José dos Campos, no interior do estado de São Paulo, o diretor é descendente de japoneses e também passa por outra dicotomia, onde seu lado japonese, muito disciplinado, entra em conflito com o brasileiro, o qual é festeiro.
Assim como em Divertida Mente (2015), iremos mergulhar dentro do corpo humano para descobrir o nosso funcionamento. Porém, em vez de emoções na mente, teremos o Cérebro e o Coração como personagens principais, além de Paul, um trabalhador entediado com a sua rotina monótona e o dono desses dois órgãos tão discordantes.
Durante seu percurso diário, Paul percebe o quanto as pessoas estão se divertindo em uma praia, e Cérebro e Coração divergem quanto ao caminho a ser seguido. “Há muitas histórias sobre o seu coração desejar algo e você abandonar toda a sua responsabilidade. Essa mensagem é sobre como encontrar diversão e alegria e incorporá-las à sua vida,” explica o produtor Sean Lurie.
“Você se esquece de viver a própria vida,” comenta Matsuda. “É algo muito real para muitas pessoas, com contas para pagar, família e responsabilidades pessoais.” Assim, Cérebro e Coração precisam encontrar um equilíbrio.”Por isso, tive o desejo de contar essa história, porque é algo que eu preciso trabalhar — como equilibrar a minha vida,” completa.
Quanto ao visual, Matsuda diz ter se inspirado no curta Reason and Emotion (1943), em Cranium Command, antiga atração do EPCOT, e na Encyclopedia Britannica — especificamente, nas sobreposições transparentes no volume de Biologia, as quais mostravam como todos os sistemas trabalham juntos. “Isso ficou na minha mente desde quando eu era pequeno,” relembra o diretor.
Continuando a fase de testes, Inner Workings promete inovar ainda mais, ao explorar os limites da tecnologia Meander, a qual combina de forma excepcional a computação gráfica com a animação tradicional e fora utilizada em O Avião de Papel (2012) e O Banquete (2014), ambos vencedores do Oscar® de Melhor Curta-metragem de Animação.
