My name is Mary Alice Young. When you read this morning’s paper, you may come across an article about the unusual day I had last week. Normally, there’s never anything newsworthy about my life. That all changed last Thursday. / Meu nome é Mary Alice Young. Quando você ler o jornal desta manhã, você irá se depara com um artigo sobre o dia incomum que tive na semana passada. Normalmente, nunca há nada de interessante em minha vida. Tudo isso mudou na última quinta-feira.
~ Mary Alice (Pilot 1×01)
Muitos não sabem, mas, além dos canais infanto-juvenis, a Disney também é dona de uma rede de televisão nos Estados Unidos chamada ABC. A emissora do alfabeto, como popularmente é chamada por aqui, se destacou por muitos anos com a exibição de diversas séries, a exemplo: “Os Flintstones”, “Full House” (ou “Três é Demais”), “Família Dinossauro” e, recentemente, “Once Upon a Time”.
Porém, foi durante a temporada 2004/05 que a ABC vivenciou seu maior momento. Naquela época, estrearam “Lost”, “Grey’s Anatomy” e “Desperate Housewives”, da qual trataremos nessa matéria especial, em homenagem ao seu oitavo e último ano, que se encerra hoje (13 de Maio de 2012), nos Estados Unidos.
Gabrielle’s the glamourous one, Susan’s the adorable one, Lynette’s smart, Edie’s… Edie and I’m the domestic one, the organizer, the one who knows that there are three tines in a dessert fork. / Gabrielle é a glamorosa, Susan é a adorável, Lynette é a inteligente, Edie… é a Edie e eu sou a doméstica, a organizadora, aquela que sabe que existem três dentes em um garfo de sobremesa.
~ Bree (In Buddy’s Eyes – 4×12)
A história das donas de casas desesperadas começou quando, em 2002, Marc Cherry – roteirista da comédia “The Golden Girls”, conhecida como “As Super Gatas”, no Brasil – assistia, acompanhado de sua mãe, a uma reportagem na televisão sobre Andrea Yates, uma mulher que afogou os cinco filhos na banheira, por não aguentar o peso da maternidade.
Cherry, horrorizado, perguntou como alguém seria capaz de fazer algo assim com os próprios filhos e sua mãe respondeu que conseguia entender, pois ela mesma já havia cogitado algo assim, enquanto os três filhos cresciam numa fazenda em Oklahoma. Surpreso com a descoberta, Cherry decidiu escrever sobre o desespero das mulheres que cuidavam da casa e dos filhos sem ajuda dos maridos, já que esses estavam fora, trabalhando.
Marc Cherry rodeado pelas atrizes de “Desperate Housewives”.
Assim, o roteirista escreveu o episódio piloto de uma série sobre um grupo de cinco amigas vivendo com famílias perfeitas, casas impecáveis, cercas brancas e sem problemas. Em resumo, vivendo em um mundo perfeito, chamado Wisteria Lane, uma cul-de-sac (espécie de rua sem saída) localizada no subúrbio da cidade fictícia Fairview. Contudo, uma delas guardava um terrível segredo das outras e, depois de receber uma carta ameaçadora, comete suicídio, levando as demais amigas a se questionarem sobre o que aconteceu.
A princípio, o roteiro foi rejeitado pela maioria dos canais, porque não acreditavam que um seriado com donas de casas pudesse fazer sucesso. Marc Cherry, então, apresentou o projeto a Lloyd Braun, na época diretor da ABC, e obteve sinal verde para a gravação do primeiro episódio. Tal aprovação não foi bem-vista pelos executivos da Disney, já que Braun havia liberado uma verba de doze milhões para a gravação do piloto de duas horas de “Lost”, e “Desperate Housewives” era, potencialmente, um grande fracasso, o que culminou na demissão de Braun.
Oh, Mary Alice, what did you do? / Oh, Mary Alice, o que você fez?
~ Susan (Pilot 1×01)
Apesar de toda descrença, ambas as séries foram anunciadas, em Maio de 2004, como parte da nova grade da emissora. A estreia da série das donas de casas, em 03 de Outubro de 2004, foi assistida por 21.640 milhões de telespectadores, sendo, então, a maior audiência de uma estreia da ABC desde “NYPD Blue”, em 1993, e “Lost” foi assistida por mais de 18 milhões de pessoas. Em entrevista recente, Braun disse ter se sentido vingado, já que as duas se tonaram sucesso de público e crítica.
Há oito anos no ar, “Desperate Housewives” provou ser uma das melhores séries já criadas. Com uma mistura de drama, comédia, romance, suspense e ótimas atuações de um elenco sempre impecável, confirmou a existência de muitos segredos por trás das portas fechadas.
Os personagens e o elenco
Havia um grande problema em se produzir algo assim: o elenco. Segundo Marc Cherry, as atrizes principais deveriam ter entre 35/40 anos, uma vez que é nessa idade que as mulheres começam a ficar ‘desesperadas’. A ABC, entretanto, deseja protagonistas mais novas, porque, com o passar do tempo, o elenco poderia parecer velho e cansado. Quando o processo de escolha foi concluído, a emissora havia contratado mulheres não tão jovens quanto pretendia, mas, por serem tão bonitas, não houve nenhuma oposição. Por sorte, a escolha dos integrantes do elenco não poderia ser mais acertada.
Eva Longoria, a intérprete de Gabrielle Solis.
As primeiras contratadas foram a novata Eva Longoria e Teri Hatcher, famosa por interpretar Lois Lane em “Lois & Clark”, como Gabrielle “Gabby” Solis e Susan Mayer, respectivamente. Longoria conseguiu o papel antes mesmo de fazer a audição, devido à sua personalidade mimada semelhante à da personagem. Ao ser perguntada por Cherry sua opinião sobre o roteiro, ela disse “não li o roteiro, apenas a minha parte”.
Teri Hatcher desempenha a desastrada Susan Mayer.
Hatcher, que subornou os responsáveis pelo elenco com cookies, possui um dom natural para comédia física, algo que seria muito necessário para que pudesse viver Susan, uma mulher extremamente desastrada. Um dos momentos mais icônicos de Susan acontece quando ela, acidentalmente, se tranca fora de casa, nua.
O papel de Lynette Scavo coube à talentosa Felicity Huffman.
Em seguida, Felicity Huffman (“Magnólia”) foi contratada para o papel da sagaz mãe de quatro filhos, Lynette Scavo. A atriz agradece às suas duas filhas (na época, uma com 3 anos e outra de 22 meses) por isso. “Eu estava afundando na maternidade como Lynette,” comentou Huffman, que não acreditava no sucesso do programa. “Eu tinha acabado de conseguir o papel em ‘Transamérica’ – pelo qual foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz – e disse ao meu agente ‘Ótimo, pois isso aqui não vai a lugar nenhum’. Você tem que admitir, particularmente se você gosta, que não vai dar em nada.”
Marcia Cross dá vida à Bree van de Kamp.
Marcia Cross foi a última a entrar no quarteto. Sua personagem, a perfeccionista Bree van de Kamp, era a considerada mais complicada, pois alguns acreditavam que ela possuía coração gelado. Todavia, Cross conseguiu transmitir certa malícia, dando um novo tom ao papel.
Muitas mudanças ocorreram durante os oito anos, todavia, a essência de cada uma delas continua. E nenhum fã se esquecerá das risadas proporcionadas por Susan, as lágrimas derramadas com Lynette, as lições ensinadas por Bree e a sinceridade de Gabby.
A excêntrica Renne Perry é interpretada por Vanessa Willians.
Brenda Strong interpreta Mary Alice Young, a quinta integrante do grupo e que comente suicídio nos minutos iniciais da série, e a partir dai, passa a narrar os episódios. As narrações, além de expor o que acontece com cada personagem, unem todas as tramas do episódio de modo único. Mary Alice aparece em muitas cenas, seja em flashbacks ou sonhos, no decorrer das temporadas e são sempre momentos marcantes e de grande importância.
Brenda Strong, como Mary Alice Young, narra todos os episódios de “Desperate Housewives”.
A equipe novamente fez um ótimo trabalho ao escolher os coadjuvantes, como os membros das famílias das protagonistas, os moradores da vizinhança, e uma imensa lista de outros personagens. Porém, vale destacar alguns desses, como a Sra. McCluskey (Kathryn Joosten), uma idosa rabugenta, capaz de cativar os telespectadores; Ida Greenberg (Pat Crawford Brown), uma idosa de bom coração – que vivia bêbada e à procura de seu gato, Toby; Bob (Tuc Watkins) e Lee (Kevin Rahm), o casal homossexual responsável por ótimas cenas de comédia; e a memorável Martha Huber (Christine Estabrook), a maior fofoqueira de todos os tempos.
Nicolette Sheridan encantou a todos no papel da voluptuosa Edie Britt.
Vale, ainda, lembrar-se de Edie Britt, vivida por Nicolette Sheridan, uma grande “predadora” de homens, a qual aprendemos a amar e a odiar; Renee Perry (Vanessa Willians), a glamorosa divorciada; e Katherine Mayfair (Dana Delany), a segunda dona-de-casa perfeccionista e inimiga/amiga de Bree.
(E. para D.) Orson Hodge (Kyle MacLachlan), Mike Delfino (James Denton), Ian Hainsworth (Dougray Scott), Carlos Solis, (Ricardo Chavira) e Tom Scavo (Doug Savant).
Com a resolução do mistério do suicídio de Mary Alice, Wisteria Lane passou a receber, anualmente, novos habitantes, trazendo consigo mais segredos e outros enigmas a serem resolvidos. Assim, muitas famílias passaram por ali, algumas conquistaram o coração do público e ficaram por mais de uma temporada.
Abertura de “Desperate Housewives”:
http://youtu.be/V0XRRSIY2qE
Primeira temporada
“Admit it. Everyone has a little dirty laundry.”
O início de uma era. O primeiro ano de “Desperate Housewives” foi o responsável pela maior parte do sucesso do seriado que tornou o subúrbio atraente. O público não esperava que um programa sobre donas de casas e seus afazeres pudesse gerar histórias tão interessantes e mostrar que não conhecemos tão bem as pessoas com quais convivemos.
É nessa temporada que somos apresentados a grande parte dos personagens e aos ‘desesperos’ das protagonistas. Gaby leva uma vida infeliz após abandonar a carreira de modelo para se casar com Carlos Solis (Ricardo Antonio Chavira), um grande e rico empresário, que nunca está em casa. E Gaby encontra em seu jardineiro adolescente, John (Jesse Metcalfe), uma maneira de fugir de sua realidade.
Good friends offer to help in a crisis; great friends don’t take no for an answer. / Bons amigos oferecem ajuda em uma crise; melhores amigos não aceitam não como resposta.
~ Bree (Ladies who Lunch – 1×16)
A família perfeita de Bree pode não ser tão perfeita assim. Os muffins espetaculares da ruiva não escondem o descontentamento de Rex van de Kamp (Steven Culp), o marido de Bree, e a relação instável com os filhos adolescentes, Andrew (Shawn Pyfrom) e Danielle (Joy Lauren).
Já Lynette não consegue controlar suas quatro crianças, os gêmeos Porter e Preston (Brent e Shane Kinsman), Parker (Zane Huett) e a bebê Penny, enquanto o marido está sempre viajando a trabalho. E Susan tenta superar seu complicado divórcio com Karl Mayer (Richard Burgi) com ajuda de Julie (Andrea Bowen), sua filha.
What the hell kind of street do we live on, anyway?/Em que diabos de rua nós moramos, afinal?
~ Edie Britt (Ladies who Lunch – 1×16)
Conhecemos, igualmente, Mike Delfino (James Denton), o enigmático encanador que procura respostas para algumas perguntas em Wisteria Lane; e Felicia Tilman (Harriet Sansom Harris), a sinistra irmã de Martha Huber, que fará da vida dos Young remanescentes – Paul (Mark Moses) e Zach (Cody Kasch), marido e filho de Mary Alice, respectivamente – um verdadeiro inferno.
Essa primeira fase aborda temas bastante controversos, a exemplo: sadomasoquismo, não aceitação de filhos homossexuais, sexo com menores de idade e adultério. O season finale (último episódio da temporada) possui o maior índice de telespectadores; ao todo, foram mais de 30 milhões.
Promo – Primeira Temporada:
Segunda temporada.
“Tempting, Isn’t it?”
O sucesso da série, já consagrada por diversas premiações, continua crescendo e vemos a chegada da família Applewhite a Wisteria Lane, trazendo um segredo obscuro. Betty (Alfre Woodard) e seu filho, Matthew (Mehcad Brooks), mudam-se para a pequena vizinhança durante a madrugada, fugindo de um terrível incidente na cidade de Chicago.
Um ano após a morte de Mary Alice, as outras donas de casas continuam seguindo com suas vidas e tentando lidar com seus (novos) problemas. Lynette é forçada a voltar a trabalhar no escritório de publicidade para sustentar sua família, porque Tom (Doug Savant), seu marido, decidiu se demitir. Porém, o patriarca da família Scavo não consegue lidar com as tarefas domésticas e Lynette precisa se desdobrar para ajudá-lo.
Gabrielle: Why are all rich men jerks? / Por que todos os homens ricos são idiotas?
Carlos: Same reason all beautiful women are bitches. / Pela mesma razão que todas as mulheres bonitas são ‘vacas’.
~ (You Could Drive A Person Crazy – 2×02)
Susan tenta fazer seu relacionamento com Mike Delfino funcionar e ainda precisa lidar com Edie namorando seu ex-marido, Karl Mayer. Com a morte de Rex e os problemas causados por Andrew e Danielle, Bree descobre uma maneira de apagar seus erros, bebendo.
E Gaby se vê numa posição desfavorável quando Carlos é preso e todos os seus bens monetários são confiscados. A mimada dona de casa também terá de afrontar muitos de seus medos, como ficar pobre.
The opposite of love isn’t hate. It’s indifference. And if you hate me, that means you still care, and we’re still connected… / O oposto de amor não é ódio. É indiferença. E se você me odeia, significa que você ainda se importa, e nós ainda estamos conectados.
~ Bree (There is no Other Way – 2×16)
Nos últimos episódios, conhecemos Orson Hodge (Kyle MacLachlan), um dos principais personagens do terceiro ano de “Desperate Housewives”. Somado ao alcoolismo, a segunda temporada trabalha o vício em sexo, adoção e violência contra crianças e adolescentes.
Promo “Juicy” – Segunda Temporada:
Terceira temporada
“Not everthing comes out in the wash.”
No primeiro episódio, exibido em 24 de Setembro de 2006, a chuva chega à cidade de Fairview trazendo renovo. Bree casa-se com o também perfeccionista Orson Hodge, sem saber de seu passado negro, acusado de assassinar sua última esposa.
Every storm brings with it hope that somehow by morning everything will be made clean again, and even the most troubling stains would have disappeared like the doubts over his innocents, or the consequence of his mistake, like the scars of his betrayal or the memory of his kiss. So we wait for the storm to pass, hoping for the best even though we know in our hearts some stains are so indelible nothing can wash them away. / Cada tempestade traz consigo a esperança de que, de alguma forma pela manhã, tudo estará limpo de novo, e até mesmo as manchas mais preocupantes desaparecerão, como as dúvidas sobre os inocentes, ou a consequência de um erro, como as cicatrizes de uma traição ou a memória daquele beijo. Então, nós esperamos a tempestade passar, esperando o melhor, apesar de sabermos que, em nossos corações, algumas manchas são tão indeléveis que nada pode lavá-las.
~ Mary Alice (Listen to the Rain on the Roof 3×01)
Enquanto uma nova família é constituída, outra termina. Carlos e Gaby assinam os papéis do divórcio, após uma falha tentativa de conceberem um filho por barriga de aluguel. Susan e Edie se esforçam para fazer Mike sair do coma, causado por um atropelamento, e conquista-lo definitivamente. Lynette tenta aprender a conviver com a filha bastarda de Tom, Kayla (Rachel G. Fox), e mãe da criança, Nora (Kiersten Warren), que acabam de se mudar para Fairview.
You can learn a lot about women, from what they choose to wear. You can learn even more by what they choose to take off, and who they take it off for. / Você pode aprender muito sobre uma mulher pelo modo como ela escolhe se vestir. Você pode aprender ainda mais sobre o que ela escolhe tirar, e para quem tirar.
~Mary Alice (Dress Big 3×17)
Para dar um novo fôlego à “Desperate Housewives”, os roteiristas criam o que seria o primeiro grande episódio desastre. Uma mulher ensandecida de ciúmes faz um supermercado inteiro de refém, quando descobre que seu marido, gerente do estabelecimento, estava tendo um caso. Além dessa situação, a temporada explorou os temas de suicídio e pedofilia.
Promo “Dirty Laundry” – Terceira Temporada:
Quarta temporada
“It’s a Hell Of Day In Neighborhood.”
Katherine Mayfair retorna a Wisteria Lane, acompanhada de seu marido, Adam (Nathan Fillion), e sua filha Dylan (Lyndsy Fonseca). A família chega para se ausentar do escândalo sexual envolvendo Adam e uma de suas pacientes, porém o risco de permanecerem em Wisteria Lane é ainda mais alto, já que um passado enterrado pode vir à tona.
O ano quatro possui o menor número de episódios (17, no total), devido à greve dos roteiristas, que aconteceu entre 2007 e 2008, ocasionando um intervalo de mais de três meses entre os episódios.
That’s a lesson we all gotta learn over and over: Appreciate people while we still got them. / Essa é uma lição que devemos aprender mais e mais: Apreciar as pessoas enquanto ainda as temos.
~ Karen McCluskey (Welcome to Kanagawa 4×10)
Mesmo com menos tempo de programa, os escritores não deixaram de ousar e trouxeram, em “Something’s Coming!” (4×09), um tornando de proporções fenomenais para Fairview, revelando segredos, levando embora personagens queridos, e mudando a vida de todos.
Ainda nesse período, Lynette enfrenta um tumor no cérebro e sofre com as ações de sua terrível enteada, Kayla, contra sua família. E Gaby, após se casar com o prefeito Victor Lang (John Slattery), volta a ser infeliz e descobre que nunca deixou de amar seu ex-marido. Os recém-casados Mike e Susan descobrem estar esperando um filho. E Bree finge estar grávida para ocultar a gravidez de Danielle e manter as aparências da família “perfeita”.
There is nothing more important than friendships that endure, especially in a world that insists on changing. / Não há nada mais importante do que amizades que perdurem, especialmente em mundo que insiste em mudar.
~ Mary Alice (Free 4×17)
Bob e Lee também se mudam para a vizinhança, mas, com um estranho gosto por arte, geram discórdia entre os moradores. A temporada se encerra com um salto de cinco anos no tempo, mostrando uma nova vida para cada uma das protagonistas.
Promo “Mile in these Shoes” – Quarta Temporada: