Todo fã da Disney, e mais precisamente do clássico O Rei Leão, está contando os dias para a estreia da nova versão, dia 26 de agosto nos cinemas. E a espera tem motivo. A “nova” versão de um dos filmes mais queridos da Disney vai contar com a dublagem original e será em 3D.
E o que isso tem de novo? De novo não tem nada. A técnica 3D é utilizada desde a década de 50, porém a tecnologia inferior utilizada na época comprometia a qualidade do filme e por isso, não houve uma popularização no estilo. Hoje em dia esse panorama mudou completamente. Desde os anos 2000 o cinema 3D voltou com tecnologia de ponta e é tão utilizado atualmente que novas adaptações, como o próprio O Rei Leão, e projetos de filmes feitos inteiramente com a tecnologia 3D, são realizados com frequência e são sucesso de crítica e de público.
O Rei dos clássicos e o novo cinema:
Há muitos motivos para escolher O Rei Leão como o primeiro clássico Disney a ser adaptado para o 3D. Além de ser a 35ª maior bilheteria da história do cinema e ser dono de 2 Oscar´s, a saga de Simba já foi finalizada em computação gráfica desde o seu lançamento, em 1994. O Estado de São Paulo visitou a Disney´s Animation Research Library (ARL) em Glandale, Los Angeles, e entrevistou o diretor de O Rei Leão, Robert Minkoff, e os animadores do Simba e Pumbaa (Mark Hen e Tony Bancroft, respectivamente) que explicaram como a geração de animadores 2D recebe a nova moda do 3D.
“Claro que temos ressalvas com a onda 3D, e mais ainda com a computação gráfica. Para nós, ainda é estranho o fato de que uma animação tenha sido produzida sem que alguém tenha posto a mão. Mas também adoramos a ideia de ver nossos ‘filhotes’ saltando da tela”. Ao serem questionados sobre a nova fase do cinema 3D eles concordam com o sucesso. “O 3D é a moda, é o futuro. A ideia original era lançar O Rei Leão só em 3D para homevideo. Só que funcionou tanto que resolvemos lançar nos cinemas. Daqui uns anos, as pessoas vão ver até telejornal em 3D. Esta sim é a grande novidade”, conta Minkoff. Ele ainda comenta que cada vez mais clássicos da Disney serão transferidos para o 3D; “já estamos trabalhando em A Bela e a Fera” adianta o diretor.
Neuman, o homem por trás de O Rei Leão 3D:
Robert Neuman não remete a nenhum grande nome ligado à Disney. Ele não é produtor, nem animador, nem desenhista, nem dublador, muito menos diretor. No entanto, ele é tão importante quanto todos os cargos citados. O que na verdade Robert Neuman é tem um nome: estereografista, e tem função: convergir filmes 2D para 3D. Ele é o chefe e responsável pela equipe de conversão 3D da Disney no projeto O Rei Leão.
Quando começou o projeto Neuman já sabia que O Rei Leão não traria grandes desafios. “A tecnologia da computação gráfica, em que o filme foi finalizado tornou tudo viável, pois já estava tudo digitalizado. Muitos não sabem, mas o segredo do 3D é pura matemática. A primeira vez que a Disney me chamou para desenvolver o software, os executivos não tinham ideia de como seria o processo” comenta.
O que Neuman descreve é que para a conversão acontecer são necessários cálculos para criar, aos nossos olhos, a sensação de estar na terceira dimensão e assim, nos aproximar da história. “Daqui um tempo, até os celulares terão 3D. O diferencial vai ser sempre contar bem uma história. Com esse filme foi fácil. Quero ver começar do zero. Branca de Neve, por exemplo, seria um desafio” explica Neuman citando o primeiro longa-metragem feito pelos estúdios Disney, lançado em 1937, tempo em que não havia computação gráfica para a digitalização do filme.
Em entrevista ao site Collider, Neuman descreve os detalhes da conversão do longa, “como stereographer em O Rei Leão, sou responsável por todos os aspectos da cinematografia 3D. Eu projetei o visual do filme e tive que aumentar a profundidade da narrativa, que foi muito importante. Para fazer isso é necessário um gráfico que é passado por cima da história do filme. Em seguida eu quantifiquei o gráfico em uma escala de 1 a 10. O nível 1 seria uma cena com baixo conteúdo emocional e 10 seria uma cena com um grande momento ou uma cena com muita ação, assim, eu crio um gráfico chamado ‘depth script’ ou ‘script de profundidade’.Se nos sentimos ligados a um personagem, eu o trago mais para frente se não, eu afasto. Desta forma, não estamos usando o 3D aleatoriamente. Estamos contribuindo em parte com a narrativa” ilustra Neuman.
Outra preocupação do estereografista foi com o conforto do telespectador. Ele comenta que se não for mantida a continuidade da profundidade nas cenas, os olhos ficam tensos e quem assiste fica pouco confortável e se cansa logo quando vê ação em 3D, “esse conforto visual foi extremamente importante para nós”.
No total, foram 60 artistas e quatro meses para a conclusão final do trabalho. Os antigos diretores e produtores da versão original, Roger Allers, Rob Minkoff e Don Hahn participaram ativamente do projeto, “assim certificamos que estávamos trazendo a mesma visão para o novo projeto” explica Neuman.
Sobre os aspectos técnicos de algumas cenas, ele comenta que houve certa dificuldade. “A debandada de animais foi muito difícil. Existem muitos elementos de efeitos na sequência e havia uma manada inteira de gnus. Descobrimos também que alguns dos personagens do filme eram mais difíceis do que outros. O pássaro Zazu, por exemplo, foi um desafio por causa das características angulares do seu bico, asas e cauda. Detalhes angulares são mais difíceis de trabalhar em comparação aos arredondados, como é o caso de Simba e Mufasa”.
Grande admirador dos trabalhos Disney ele termina dizendo que torce para que outros projetos também ganhem vida em 3D. “É certamente uma possibilidade, mas nada foi decidido ainda. Nós temos a tecnologia disponível, mas não há planos específicos para fazer qualquer outra coisa agora. Pessoalmente, eu acho que seria incrível ver algo tão antigo como A Branca de Neve ganhar vida em 3D. Eu estou mantendo meus dedos cruzados para que isso aconteça um dia em breve – e que eu tenha a oportunidade de trabalhar nele” finaliza.
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O Rei das bilheterias, dia 28 de Setembro de 2011 em Edição Diamante. Vencedor do Oscar® de Melhor Trilha Sonora em 1994, personagens vibrantes e animação de tirar o fôlego. A Disney lança pela primeira vez em Blu-ray um de seus maiores sucessos – O REI LEÃO – uma Edição Diamante incluindo bônus inéditos que vão levar você além do filme. A história conta as aventuras de Simba, um filhote de leão que está ansioso para se tornar rei. A inesperada morte de seu pai e as armadilhas de Scar, seu tio, levam Simba a uma jornada heróica em busca do autoconhecimento. Ele conhece Timão e Pumba e aprende a levar uma vida mais livre e divertida. Durante este período, Simba amadurece e decide seguir o seu destino: voltar para a Terra do Rei e enfrentar os desafios que o esperam. O REI LEÃO em Edição Diamante é um Clássico Disney que encanta os olhos e desperta a curiosidade para os ciclos da vida, aos quais todos nós fazemos parte. O Clássico está confirmado para estrear nos cinemas nacionais usando a tecnologia 3D no dia 26 de Agosto de 2011.