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A estratégia da Disney para readaptar os seus clássicos

A temporada de readaptações foi aberta! Na verdade, foi aberta em 2010 com a versão do Tim Burton de Alice no País das Maravilhas (2010), que arrecadou 127 milhões de dólares no fim de semana de estreia — e ao sair de cartaz, havia faturado mais de US$1 bilhão nas bilheterias mundiais.

É inegável que toda vez que anunciam uma nova releitura, todo mundo fica com o pé atrás, pois, convenhamos, ninguém quer perder a magia que a animação original trouxe. Isso aconteceu quando fizeram a sequência 102 Dálmatas (2000), que foi um fiasco e pode ter sido por isso que, durante uma temporada, o Walt Disney Studios deixou de investir no formato.

Porém, atrelado a isso, nenhum outro filme feito pelo estúdio fez tanto sucesso quanto os feitos por seus irmãos — Marvel Studios, Pixar Animation Studios, Lucasfilm e Walt Disney Animation Studios —, muito pelo contrário, os filmes mais recentes do Walt Disney Studios não chamaram a atenção nem do público, muito menos da crítica.

Eis que então, em 2010, Tim Burton lançou sua versão de Alice. Uma enxurrada de bilheteria levanta a atenção da Disney para a criação de readaptações de seus clássicos, tanto que, quatro anos depois, Malévola (2014) trouxe aos cinemas uma nova visão da vilã do clássico de 1959.

Houve um certo estranhamento nas pessoas, mas ao mesmo tempo, um grande número pareceu aceitar bem. E então, Cinderela (2015) foi lançado e realmente encantou o público. Provavelmente pelo equilíbrio entre a história original e a animação, acompanhado de uma boa e marcante trilha sonora, o filme marcou a união de diversas gerações e a Disney apenas tem a lucrar com isso.

Se acompanharmos todo o processo desde o anúncio do remake até sua estreia, tudo que gira em torno do assunto ganha um destaque enorme. Os produtos com os personagens do clássico ganham mais destaque, sobem de prateleiras, ganham linha de roupas, novos produtos e até mesmo um novo olhar.

O mesmo não deixou de acontecer com o mais recente remake, Mogli – O Menino Lobo (2016). Segundo fontes de jornais estrangeiros, o planejamento de marketing foi mais ou menos divido em duas etapas.

Primeiro, eles mostram trechos do filmes na D23 Expo 2015 com algumas pessoas do elenco e, assim, observaram a reação do público. Como esperado, a reação positiva do público trouxe curiosidade e, então, o foco passou a ser nos animais falantes.

Enquanto esse tipo de personagem não atrai muita atenção de pessoas mais velhas, eles divulgam o filme trazendo como grande destaque a tecnologia utilizada e aí aproveitam o gancho para mostrar um lado não tão voltado para o lado infantil, mas para o público mais influenciador, ou seja, irmãos mais velhos e pais através do trailer, que deixa a comédia de lado e mostra cenas mais emocionantes.

Por fim, como todo conteúdo Disney, eles criam todo uma atmosfera imersiva para o filme. Desde espaço com alta tecnologia, até toda comunicação nos parques e redes sociais. Dessa forma, você consegue chamar a atenção de quem realmente toma a decisão final para assistir a um filme e deixa claro a mistura da novidade da história com a nostalgia da animação.

Se prestarmos bastante atenção, veremos que isso se repete, é um ciclo, é a forma que a Disney encontrou para trazer à tona seus clássicos sem que percam sua essência, sem que tenham que adaptar, por exemplo, para uma tecnologia em computação gráfica.

Clássicos como Meu Amigo, o Dragão (1977) e A Bela e a Fera (1991) ganharão suas novas versões nesse e no próximo ano, respectivamente, sem contar os filmes derivados de personagens como Cruella, vilã de 101 Dálmatas (1961).

Isso abre espaço para que as pessoas relembrem filmes que, querendo ou não, acabam se perdendo no meio de uma enxurrada de animações como Enrolados (2010), Frozen: Uma Aventura Congelante (2013) e Zootopia (2016), que acabam ocupando um grande espaço entre os mais novos.

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É o equilíbrio que a Disney encontrou para trazer seus clássicos de volta para uma nova geração, atraindo também a atenção nostálgica do público mais velho sem ter que mexer na essência e magia conquistada. Vamos ficar de olho para conferir como serão as próximas readaptações, como Meu Amigo, o Dragão (06 de Outubro de 2016).

Escrito por Catarina

Colecionadora de tsum tsums, seu filme favorito da Disney varia de acordo com o humor. Apaixonada pelas trilhas sonoras da Disney e o mascote do site é o seu maior xodó gráfico.

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