Galavant | Conclusão e Considerações Finais

Com um gosto bem amargo, “Galavant” chega ao seu final. Os seis episódios anteriores seguiam em uma crescente e o que vimos nesse final foi uma quebra desse trabalho e do ritmo da série. A sensação de que nada significativo ocorreu em 90% do tempo é significativa.

Ao final do sexto capítulo, Galavant e seus companheiros de cela, descobriram que as celas estavam destrancadas o tempo todo, porém, no sétimo, eles continuam ali, jogando a oportunidade fora. E bom, eles vão e voltam ao calabouço diversas vezes durante o final, algo que beira o ridículo e incomoda bastante.

Em um dos momentos em que os prisioneiros são levados para fora, Rei Richard e Kingsley decidem travar um duelo, enquanto o segundo escolhe Gareth como seu campeão, cabe a Galavant salvar a pele de Richard, sob a condição de ele libertar seus amigos, quando vencer.

No entanto, o malfadado duelo nunca acontece. A primeira tentativa é interrompida pela chegada do Príncipe Harry, primo e noivo de Isabella. E mesmo com Richard decidido a lutar por ele mesmo, nós não chegamos a assistir ao combate, o que invalida toda a ideia e cria um clima de estarmos andando em círculos.

Esse clima não se restringe apenas ao confronto de vida e morte e permeia a ambos episódios. Chefe – ou seria Vincenzo? – e Gweyn ganharam outro dueto romântico macabro sobre envenenar a nobreza, o que também não leva a lugar nenhum, pois o Chefe tem coragem apenas de causar uma reação alérgica neles.

A tentativa de Galavant e Richard de matar Kingsley igualmente não resulta em nada. Aliás, qual o propósito da participação de Kingsley? Além de ser o personagem mais irritante, o irmão de Richard não tem função alguma na trama. E sua morte pelas mãos de Madalena não chega sequer a chocar. Príncipe Harry é outro totalmente descartável.

Toda essa enrolação acaba por limitar o desenvolvimento da trama aos últimos oito minutos. Os piratas do quarto episódio retornam para levar Galavant e Richard de volta para o reino dele; Madalena e Gareth assumem o trono de Valência, com Sid como prisioneiro do novo rei; e os demais vão para o castelo de Harry, onde Isabella é trancafiada em um quarto rosa.

Essa ideia de levarem Isabella e os outros para Hortência soa extremamente forçada. Retornar para a vila de Galavant – ou até para Sidneyland – era uma decisão mais sensata do que essa. Chega a ser desrespeitoso por parte dos roteiristas terminar a série com tantas pontas soltas, quando a probabilidade de vermos um novo ano é mínima.

Para não menosprezar o resultado final, alguns momentos isolados se destacaram positivamente. A canção de ninar “Goodnight, My Friend” entra facilmente para as melhores apresentadas pela dupla Alan Menken e Glen Slater nos oito episódios. As piadas continuaram bem certeiras e sagazes – a cena em que tentam nocautear Gareth e o Bobo alegando que a cantoria matou a audiência, especialmente.

“Galavant” estreou como uma opção divertida e uma sátira aos contos de fada. Aos poucos, a série foi crescendo e melhorando, investindo mais nas piadas e apostando mais em músicas divertidas e irônicas. Então, apresentar um final totalmente oposto a isso e sem conclusão é, no mínimo, decepcionante. Agora, só nos resta esperar. Diga-nos sua opinião sobre os episódios finais nos comentários!