“Eu sou apenas uma garota, em frente a um garoto, sobre um cadáver, pedindo para ele que goste dela.”
Roberta
Um dos erros da primeira temporada de Galavant foi a falta de coesão entre os episódios. Embora isso não possa ser considerado como uma falha real, pois a decisão de exibi-los em dupla veio por parte da ABC. Porém, com isso em mente, os roteiristas souberam trabalhar a conexão entre as tramas de forma muito mais fluída, como se formassem uma história de quarenta minutos.
Em Love and Death e Do the D’DEW, essa característica se torna ainda mais evidente, especialmente no núcleo do nosso herói. Cumprindo a função de penúltimo capítulo, os arcos narrativos começam a ser fechados e o terreno para a grande e épica batalha, prometida por Sid na estreia da temporada, ganha desenvoltura e proporções ainda maiores.
Depois de ser golpeado com uma espada, Galavant morreu, em meio à divertida canção “Time Is of fhe Essence“. Quebrando expectativas, o cavaleiro não foi ressuscitado de imediato. Tivemos ainda a oportunidade de ver a Morte (Eddie Marsan) convidando Galavant para ir embora, através de “Goodbye“, na qual outros personagens puderam se despedir do protagonista.
A solução para trazer o herói de volta à vida, no entanto, não poderia ser mais conveniente: uma poção feita com um fio de barba de um homem de meia-idade intocado por mulheres. Ou seja, Richard. Apesar de ser uma resolução fácil, a visita ao curandeiro trouxe o tão esperado e procurado exército, parcialmente morto, porém.
Galavant voltou dos mortos devido ao seu amor por Isabella. E o exército de zumbis decidiu o seguir para lutar por amor. Provando o quanto os roteiristas dessa série são completamente insanos e criativos, seja por extrapolarem os limites da loucura ou por quebrarem a quarta parede com piadas metalinguísticas.
Já Richard e Roberta, enfim, se entenderam. O novo casal é um dos acertos desse segundo ano. Roberta traz um pouco de senso e equilíbrio para a inocência exagerada do antigo monarca, além de ter uma voz formidável. “Finally“, uma brincadeira com “Tell me More“, de Grease (1978), explora muito bem a simpatia dos dois.
Preocupada com o destino de seu amado, Roberta decide terminar o brevíssimo namoro por medo de ver Richard morrer em batalha. Ela mal sabe que Richard detém a famigerada espada e possível solução para todo o conflito criado nessa temporada. Apenas o futuro dirá se Richard irá se tornar o verdadeiro Rei ou se seremos enganados pelos roteiristas.
Outro casal em crise é Gareth e Madalena, em diferentes proporções, claro. Ambos sentem dificuldade em aceitar os sentimentos de afeto em relação ao outro. Enquanto o brutamontes canta “Love Makes the World Brand New” e expressa sua alegria, Madalena se assusta com a rapidez com a qual toda a situação está se desenrolando.
Wormwood continua com seus confusos cargos de planejador de casamento e vilão. E começamos a descobrir mais sobre o maligno personagem e sua misteriosa arte das trevas. Movida pelo medo e contra a vontade de Gareth, a rainha assina uma contrato para ganhar poderes mágicos. O desdobramento disso será interessante de acompanhar e devemos ver a crise do casal piorar.
Isabella recuperou seu destaque ao assumir — a contragosto — o comando da tropa de Hortênsia, armada com brinquedos e panelas. O duelo musical “I Don’t Like You” com Madalena foi digno da espera. Com Chefe e Gwynne mais uma vez ausentes; Sid em fuga de novo; e uma gigantesca batalha cômica se aproximando, é uma temporada sombria, sem dúvidas.
