Se pensarmos na vida como um ciclo, perceberemos que as coisas acabam se repetindo por bem ou por mal. A primeira vez que a Disney se arriscou em longas-metragens com atores foi para tentar salvar o estúdio de animação de ir à falência. Dessa vez, o estúdio volta a apostar nesse estilo, não inspirados em contos de fadas, para atrair um novo público e para trazer uma nova visão de realização e determinação.
Horas Decisivas mostra a história de uma corajosa tripulação da Guarda Costeira dos Estados Unidos que, no meio de uma tempestade de inverno, foi designada a tentar salvar a tribulação de um navio-tanque que havia sido partido, literalmente, ao meio.
Os tripulantes do navio-tanque estavam dirigindo-o de maneira manual, com muita dificuldade e, obviamente, com medo tanto pelas suas vidas quanto pela possibilidade de entrar água nas bombas de ar e aí ficarem ancorados e sem nenhuma forma de energia.
O filme te deixa emocionalmente envolvido em toda essa situação devido à realidade das cenas e de todo o contraste do que é velejar numa tempestade e ver aqueles que estão à espera de uma notícia, de um posicionamento na terra firme.
A emoção também é vista e sentida em todas as cenas de água, porque não passa pela cabeça de ninguém o que realmente acontece quando você está ali, naquela situação, e Horas Decisivas conseguiu ilustrar de forma esclarecedora.
Existem todos os aspectos que um filme da Disney possui. Inspiração, motivação, realização e determinação são apenas alguns elementos encontrados, porém, o grande destaque está para o fato de que se baseia em fatos reais, o que torna associável para qualquer pessoa que assistir.
A direção ficou bem redonda e não encontrei erros de sequência ou algo semelhante, nada super espetacular. A sequência de fatos segue bem certinha, sem grandes falhas no tempo e espaço. A trilha sonora, feita por Carter Burwell, te transporta para o cenário da história e também ajuda a intensificar as emoções aquáticas.
Os diálogos possuem a dose certa de comédia, de seriedade e os momentos de silêncio são cruciais para os momentos impactantes. Vocês vão ficar maravilhados com o que um pequeno barco pode fazer e aguentar, especialmente, quando toda a ação é bem executada.
Existe também algo que achei importante que foi o papel da mulher, da atriz Holly Grainger (Cinderela), que quebra todo e qualquer estereótipo da atitude feminina em 1952, que possui grande importância na sequência.
Tem ação, emoção, aventura, muita adrenalina e é diferente de qualquer filme com atores que a Disney já fez. Exatamente por isso, digo que deve ser um novo momento para o Walt Disney Studios, em querer agarrar todo o público que se encantou pela volta de Star Wars.
E, de certa forma, não acho que eles estejam agindo de forma errada, porque trazer histórias reais e mostrar heróis verdadeiros é o que inspiram jovens e adultos a sempre correrem atrás daquilo que desejam.
Horas Decisivas é aquele filme tanto para os pais quanto para jovens e acho que a única contraindicação seria para pessoas que não gostam ou têm medo de mar. É um filme que realmente te prende, tem um certo impacto, mas com certeza não é um dos maiores lançamentos do ano.
