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Minnie Side | Heróis ou Vilões? A humanização dos personagens Disney

Os clássicos da Disney são extremamente maniqueístas, ou seja, o bem é realmente bem e o mal é realmente mal. Mas será que uma criatura é maldosa simplesmente porque sua natureza manda?
Tomemos a Malévola como exemplo. Em A Bela Adormecida (1959), ela é simplesmente maligna. Pratica atos perversos por pura diversão, e não sente remorso algum no que faz.

Mas, recentemente, em Malévola (2014), vimos que suas ações não necessariamente foram cruéis e insensatas. A profundidade que a personagem ganha neste segundo filme é imensa, e conseguimos entender o que a levou a agir de forma considerada popularmente “maligna”.

Os vilões de filmes sempre foram muito mais atraentes ao público do que os heróis. Isso porque, ao passo que heróis são o ideal de bondade, honra e justiça, os vilões são factíveis. Tomam atitudes erradas porque erram mesmo, como todos os humanos. E a Disney percebeu isso há algum tempo, e desde então vem “desvilanizando” algumas personagens clássicas.

Rainha Má, por exemplo, passou de ser a personificação da vaidade em Branca de Neve e os Sete Anões (1937), para uma pessoa cujo passado trágico aliado a péssimas escolhas forjou seu caminho para o lado dos vilões, no seriado da ABC, Once Upon a Time.

A jornada de Regina começa similar à de sua contraparte clássica, mas quando conhecemos a história da personagem acabamos nos identificando, e ao ver sua busca por redenção ao longo do seriado ficamos tocados, pois é uma luta quase palpável em nossa realidade.

O seriado Once Upon a Time, na verdade, quebra diversos paradigmas estipulados pelos clássicos da Disney. Vemos que o mundo das fábulas não é tão “preto e branco”, e que as vezes o “herói” suja suas mãos para tentar fazer a coisa certa. Ou as vezes é ainda pior, como o caso de Peter Pan, que na série, em nada lembra o jovem audacioso e correto que enfrenta o malvado pirata Gancho.

Acinzentar o universo das fábulas torna elas mais aceitáveis na sociedade em que vivemos, ainda que mantendo a essência do bem prevalecer no final. O vilão Rumplestiltskin, do seriado é uma versão mais vilanizada do que a do conto de onde teve origem.

E nele, há a liberdade para se mostrar que nem sempre lutar contra a maldade que cresceu dentro de você é uma jornada com sucesso. Por mais que ele tente, ele nunca consegue se livrar da Fera que existe dentro dele, por mais esforços que Bela faça. A Disney não está mais apostando que um simples beijo resolva todos os problemas, humanizando seus personagens em suas novas versões.

A maldade pode ser fruto de um passado terrível, mas a Disney não descarta criaturas malignas em suas releituras. É o caso da vilã Cruella de Vil, que tanto nos filmes quanto em sua nova versão do seriado, é cruel por puro prazer. São pessoas raras, mas assim como em nosso mundo, elas existem e não podem ser ignoradas.

O mal que uma criatura perversa pode fazer é imensamente maior que qualquer coisa que alguém movido por tristeza e amargura conseguiriam conceber. No final das contas, somos todos humanos, e erramos em diversas situações. O que fazemos e aprendemos com nossos erros é que será capaz de nos definir como “heróis” ou “vilões”.

Escrito por Sarah

Sarah Campos ama tudo o que diz respeito a Disney, principalmente a Cinderella. Gosta de cinema, jogos de vídeo game, ficção científica e quadrinhos da Marvel. Tem como sonho conhecer o mundo e mais do que ele tem a oferecer.

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