Ron Clements e John Musker já são nomes conhecidos dos Camundongos. Os dois, cujos alguns créditos incluem Aladdin (1992), Hércules (1997), Planeta do Tesouro (2002) e A Princesa e o Sapo (2009), se reuniram novamente para dirigir Moana, a primeira animação ambientada no Pacífico Sul.
No painel do Walt Disney Animation Studios, que ocorreu nessa sexta-feira, 14 de Agosto, na D23 Expo 2015, a dupla compartilhou um pouco mais do processo criativo, originalmente previsto para 2018. A antecipação em dois anos – a estreia acontece 23 de Novembro de 2016, e chega ao Brasil em 05 de Janeiro de 2017 – teria sido um voto de confiança do estúdio.
Com os diretores no palco, estavam a produtora Osnat Shurer e o Dwayne “The Rock” Johnson, o dublador do semideus Maui, que esbanjou charme e euforia. “Sempre foi um sonho meu participar de uma animação da Disney. Muito obrigado por me receberem na família de braços abertos,” disse o ator.
Há três mil anos, os povos do Pacífico Sul eram grandes navegantes, porém durante mil anos, essas expedições ficaram suspensas. O mistério dessa parada repentina é o ponto-chave do longa-metragem. Existe uma equipe de consultores e especialistas na cultura polinésia auxiliando a manter Moana o mais fiel possível.
Após a morte de sua avó, a jovem de dezesseis anos Moana se junta a Mauí em uma jornada para navegar o oceano à procura de uma ilha que ela ouvia em histórias de sua família. Acompanhando os dois, vão o galo rabugento Hei Hei e o porco de estimação Pua.
Em seu caminho, irão aparecer criaturas gigantescas e monstros marítimos. Quem mais chamou a atenção foi um espírito vingativo em forma de vulcão, com cabelo feito de lava. Um breve teste conceitual mostrava a lava entrando em erupção de acordo com as emoções do espírito.
Maui será o protetor de Moana durante a viagem. Seu corpo está coberto por tatuagens que ganham vida, e ele também possui a capacidade de se transformar em animais e carrega um anzol gigante mágico, com o qual é capaz de criar ilhas.
Embora seja um ser mágico, Maui não é um deus de fato. Ele nasceu humano, mas foi criado pelos deuses, e por isso, se sente em cima do muro, tentando agradar os dois lados. Johnson disse se sentir honrado de interpretar o personagem, que segundo ele, é forte e bonito, e os dois possuem muito em comum – o ator é meio-samoano e meio-negro.
No vídeo em que o semideus explica as suas tatuagens vivas, foi possível observar um pouco da dinâmica entre ele e os demais personagens, que não ficam impressionados pelo fato de ele ter poderes mágicos. “Nada? O que um semideus precisa fazer?,” reclama Maui.
Outras cenas mostraram Mauí compartilhando um pouco de seu passado épico e Moana brincando com o oceano. Essa última teria deixado os vistantes sem palavras. Nela, a protagonista aparece na infância andando à beira do mar, a água se aproxima e se divide, mostrando algumas conchas para ela escolher.
Depois de pegar uma concha, o mar se separa ainda mais, permitindo que ela caminhe entre ele com segurança e ela vislumbre os peixes e outros animais como em um aquário natural. A água toca em seu braço e seu pai, o chefe da tribo Tui, a chama de volta. O oceano, então, a pega e a leva para a areia.
A cena termina com Moana já na adolescência observando o pôr-do-sol e segurando a concha que ganhou do oceano, mostrando que ainda tem fortes laços com o velho amigo. Os cineastas revelaram que, no trabalho de pesquisas, descobriram o quão amigo do oceano os povos do Pacífico Sul são.
Te Vaka, um grupo musical da Oceania, subiu ao palco para encerrar o painel cantando uma das músicas compostas para Moana. A trilha sonora ficou sob a responsabilidade de Opetaia Foa’i, líder e vocalista do Te Vaka; do vencedor do Tony® Lin-Manuel Miranda, dos musicais In the Heights e Hamilton; e de Mark Mancina, de O Rei Leão (1994).
John Lasseter, diretor criativo dos Walt Disney e Pixar Animation Studios, ao final da apresentação, declarou: “É surpreendente o que está acontecendo com a animação neste estúdio; e o que estamos construindo com este legado incrível.”