Os clássicos do Walt Disney Animation Studios marcaram a infância de muitas pessoas ao redor do mundo, inclusive a de nós Camundongos. Com o diretor Jon Favreau, não foi diferente. Ele era apenas um filhote de homem quando assistiu a Mogli – O Menino Lobo (1967) pela primeira vez.
Favreau não poderia imaginar a surpresa reservada pelo destino. Quase cinquenta anos depois da estreia do longa-metragem animado, o diretor se viu perante um grande desafio: desenvolver uma nova versão da história escrita pelo autor britânico Rudyard Kipling, além de trazer novos horizontes para a mesma.
“Você está servindo a muitos mestres quando trabalha em um filme desse nível. Você precisa honrar a memória, a memória emocional de quem cresceu assistindo ao filme. Mas você também está tentando fazer um filme com apelo para um público muito maior,” disse Favreau ao site da revista Variety.
De acordo com o diretor, quando o Walt Disney Studios o convidou para produzir essa readaptação, ela não se sentiu seguro, pois tinha medo de não conseguir honrar a obra original. Então, Alan Horn, presidente do estúdio, o incentivou a imaginar a história usando computação gráfica, assim como aconteceu com As Aventuras de Pi (2012).
Horn queria abraçar essa nova tecnologia e levá-la ao seu limite. O resultado foi um longa-metragem com apenas um personagem de carne e osso: o protagonista, um garoto separado de sua família e criado por um grupo de animais, interpretado pelo novato Neel Sethi.
Combinando as filmagens de Sethi em um estúdio, animação por computação gráfica e captura de movimentos, a equipe não apenas foi capaz de criar cenários extremamente realísticos, como também todo o elenco de animais, de uma alcateia de lobos até o temido vilão Shere Khan.
Rob Legato, supervisor de efeitos visuais e vencedor de dois prêmios Oscar®, foi um dos responsáveis por fazer a magia acontecer. Trabalhando com Moving Picture Company e Weta Digital, as empresas por trás dos efeitos de filmes como Caminhos da Floresta (2015) e Meu Amigo, o Dragão (18 de Agosto de 2016), Legato queria ir além de replicar o mundo real.
Para atingir esse efeito, Legato adicionou elementos místicos ao filme, a exemplo de animais com tamanhos exagerados, a fim de criar um sentimento de temor e ameaça no espectador. “Nós trabalhamos com um tom no qual tudo está em risco e a sobrevivência não está necessariamente garantida,” explica Favreau.
Outro ingrediente acrescentado foi um leve toque de antropomorfismo aos animais. A captura de movimento permitiu captar algumas nuances dos atores e transmiti-las a seus personagens, como o uso da icônica sobrancelha levantada de Bill Murray no urso Baloo, permitindo, assim, enxergarmos a alma do elenco.
No entanto, Favreau e Legato sabiam da necessidade do longa-metragem ter um fôlego próprio, ou do contrário, seria apenas mais um exercício tecnológico. E para isso, era necessário encontrar os atores certos para cada personagem, e sobretudo para Mogli.
“Ele aparece em quase todas as cenas. E quando isso acontece, nós precisamos de alguém capaz de segurar a cena e é interessante de se assistir,” diz Favreau a respeito de Sethi, a quem ele descreveu como a versão viva do menino lobo da animação de 1967.
Sethi foi encontrado pela equipe em Nova York, no final de 2014, após assistirem aos testes de mais de duas mil crianças de todo o mundo. “O filme precisa ter um coração batendo. E esse elenco oferece isso,” finaliza o diretor. Mogli – O Menino Lobo chega em 14 de Abril de 2016 às salas de cinema do Brasil.
Trailer legendado de Mogli – O Menino Lobo:
M ogli (novato Neel Sethi), um menino criado por uma família de lobos, sente que não é mais bem-vindo na floresta quando o temido tigre Shere Khan (voz de Idris Elba), que carrega cicatrizes causadas por caçadores, promete eliminar o que ele considera uma ameaça. Forçado a abandonar o único lar que conhece, Mogli embarca em uma cativante jornada de autoconhecimento, guiado pela pantera e mentora Bagheera (voz de Ben Kingsley) e pelo alegre urso Baloo (voz de Bill Murray). Pelo caminho, Mogli encontra criaturas da selva que não são exatamente bondosas, incluindo Kaa (voz de Scarlett Johansson), uma cobra cuja voz sedutora e olhar penetrante hipnotizam o menino-lobo, e Rei Louie (voz de Christopher Walken), o nobre de fala mansa que tenta convencer Mogli a contar o segredo da ilusória flor vermelha mortal: o fogo.