O romance de Victor Hugo “O Corcunda de Notre Dame”, ganhou uma nova adaptação, junto ao clássico da animação homônimo, em um musical produzido pelo Disney Theatrical Productions e dirigido por Scott Schwartz, cuja estreia aconteceu durante o segundo semestre do ano passado.
A peça, que realça a musicalidade da orquestra e do coral que têm grande importância na animação, teve colaborações ilustres do musicista premiado Alan Menken (“A Pequena Sereia”, “Aladdin”) e do liricista Stephen Schwartz. O enredo se passa na cidade dos apaixonados, Paris, e irá recontar a história de Quasímodo, o sineiro da igreja de Notre Dame.
Após anos de aprisionamento na Igreja por obedecer às ordens de Frollo, seu mestre, Quasímodo resolve arriscar e descobrir o que o mundo fora daquilo que o aprisiona tem a lhe oferecer. No decorrer de sua aventura, ele conhecerá Esmeralda e Phoebus, que irão ajudar a evitar que a crueldade de Frollo se espalhe pela cidade.
Porém, como nem tudo são flores, desde 1996, o Disney Theatrical Productions vinha tentando levar esse musical para os palcos americanos, mas, por conta das críticas voltadas à animação alegando se tratar de um filme sombrio e pesado para crianças, eles fizeram durante cinco anos o espetáculo em Berlim. E hoje, após quase vinte anos, o grupo conseguiu realizar um “teste para Broadway” através do La Jolla Playhouse.
A estreia do espetáculo foi no dia 26 de Outubro de 2014 no teatro La Jolla Playhouse, um espaço sem fins lucrativos, que teve a casa cheia e as críticas dadas foram boas. A maioria delas tiveram uma grande atenção às canções feitas pelos titãs do teatro Alan Menken e Stephen Schwartz que, além de serem bem escritas, foram bem interpretadas pelos atores e pelo coral SACRA/PROFANA, principalmente na primeira música, cantada inteira em latim.
[toggle title=”Ficha Técnica” load=”hide”]Outro fator muito comentado foi a peça ter sido mais sombria e com um clima medieval-gótico, que mostrou que a adaptação não foi voltada estritamente para a animação dos anos noventa. Ademais, o que foi citado pelas críticas foi que, apesar de ter a lição de como não podemos julgar as pessoas pela aparência (levando em conta o que já foi dito na animação “Quem é o monstro e quem é o homem?”), o musical está mais voltado para questão de desejo sexual e vingança, principalmente o de Frollo por Esmeralda, o que reflete ainda mais a questão da música ser tão rica e emocionalmente cativante.
O espetáculo encerrou suas apresentações no teatro em 14 de Dezembro, com uma resposta positiva do público, de onde segue para o Paper Mill Playhouse, em New Jersey, em 4 de Março de 2015. Agora, nos resta saber se a receptividade foi boa o suficiente para chegar à Broadway. Torcemos que sim, pois se baseando nos outros grandes sucessos, “O Corcunda de Notre Dame” tem história e músicas para encantar ainda diversas gerações.