“A animação pode explicar tudo o que a mente do homem pode conceber.”
Walt Disney
O que seria de nós sem as animações? É impossível imaginar um mundo sem as lições de moral, sem a magia, sem o humor, sem os dramas, sem as aventuras, sem os romances e tudo o mais proporcionado por essa técnica tão maravilhosa. Porém, o que seria de nós sem as mentes responsáveis por tornar a imaginação em realidade? O que seria de nós sem os animadores?
A Outra Ponta do Lápis já nos presentou com diversas biografias de artistas a quem devemos agradecer e admirar por terem feito nossa infância, adolescência, juventude ou adultidade mais encantadora. E agora, nesta edição da Listas 2000, decidimos apresentar alguns de nossos animadores favoritos e o motivo de eles terem nos marcado tanto.
Os grandes olhos inteligentes são características presentes em praticamente todas as heroínas Disney, mas é necessário um talento e uma habilidade especial para representar culturas e personalidades diferentes sem deixar o estilo Disney se perder. Pense em Bela, com seus traços europeus; Jasmine, e seus cílios e sobrancelhas marcados, os quais mostram sua origem árabe; Mulan, que, com seu rosto arredondado e olhos estreitos, representa sua origem chinesa; e Tiana, cujo volumosos lábios e belo tom de pele trazem sua raiz afro-americana. As quatro são heroínas com designs muito distintos, mas que parecem ter o mesmo olhar, o mesmo sorriso torto. Como se um pedacinho do animador estivesse ali, como se todas carregassem a mesma essência. Mark Henn é capaz de animar de maneira sutil e sincera, nos fazendo admirar seus personagens e torcer por eles a cada instante.
~ por Caroline
Marc Davis era um artista completo, colaborando com roteiros, criando o design de vários personagens, animando e pintando cenários. Muitos dos personagens clássicos nasceram graças ao talento de Davis. Ele ficou encarregado de animar Alice, Tinker Bell, Aurora, Malévola, Cruela de Vil, Anita e muito outros. Além do título de Homem da Renascença, dado por Walt Disney, Davis também ficou conhecido por ser um dos Nove Anciões, os quais criaram os doze princípios básicos da animação, seguidos até hoje. Um dos maiores destaques de sua carreira foi a belíssima cena da transformação do vestido de Cinderela, considerada como a sequência favorita do próprio Walt Disney.
~ por Lucas
Graças às redes sociais, os trabalhos de Brian Kesinger estão atraindo muitos olhares. Além de trabalhar como Artista de História, ele trabalha também para os quadrinhos da Marvel Comics, então, imagine o conhecimento dele. Seu estilo é bem diferente, pois se pegar três trabalhos, como os livros de Star Wars, as artes de Zootopia (2016) e os quadrinhos da Marvel, é possível enxergar sua flexibilidade de diferentes ambientes e também estúdios. Inspirador para quem pensa que a Disney tem um único estilo.
~ por Catarina
Wilfred Jackson trabalhou como animador em muitas das Silly Symphonies e foi uma peça chave na criação do sistema que permitiu adicionar música à animação, como vimos em Steamboat Willie (1928). Além de animador, Wilfred dirigiu alguns clássicos como Cinderela (1950) e Alice no País das Maravilhas (1951) e, no longa Fantasia (1940), foi o responsável pela incrível sequência Night On Bald Mountain. Um trabalho de Wilfred Jackson que é pouco conhecido, e que eu amo, é A Canção do Sul (1946). Nesse projeto, ele foi o diretor de todas as sequências animadas. O trabalho de Wilfred Jackson é incrível, não só pela qualidade, mas também por sua variedade, já que ele começou a trabalhar com Walt ainda no século XX e continuou essa parceria até os anos 1960.
~ por Paulo
Animar é como atuar com um lápis e milhares de desenhos. E poucos artistas têm a sensibilidade e habilidade de transmitir sentimentos como Glen Keane faz. O elemento mais fascinante de seu trabalho é o modo como anima cenas sutis, porém com alta carga emocional, como quando Tarzan conhece seu passado e vê a foto de seus pais. Ou quando a Fera decide poupar Gaston da morte. O segredo de seu encanto está no modo como explora os olhares dos personagens. É simplesmente genial. E talvez suas animações sejam tão sinceras por se inspirar em pessoas próximas para dar vida aos personagens: ele utilizou os movimentos do filho Max Keane, sobre skates, para criar os movimentos de Tarzan deslizando sobre árvores; Rapunzel é ninguém menos que sua filha Claire Keane; e sua inspiração para Ariel foi sua esposa, Linda Keane – ele até mesmo adicionou à sereia a mania de morder os lábios.
~ por Caroline
Seu trabalho, de certa forma, nos fez odiá-lo, pois Andreas Deja foi o grande responsável por trazer Gaston, Jafar e Scar à vida. No entanto, ele também nos brindou com Hércules, Lilo, Roger Rabbit, Rei Tritão e Mama Odie. Em suma, ele nos deu personagens inesquecíveis e cheios de personalidades. Cada um deles é completamente diferente do outro. Deja sabe utilizar muito bem as cores e os ângulos a seu favor, a fim de criar figuras tão reais e críveis. É surpreendente notar que o mesmo animador de Scar, um vilão tão perverso e cruel, foi também capaz de animar Lilo, uma garotinha tão inocente e gentil. Se há algo a ser destacado na carreira de Deja, é a sua habilidade de transmitir emoções por meio de suas animações, sendo quase impossível não sentir algo ao ver seu trabalho em ação.
~ por Lucas
Jin Kim é um dos nomes que estão ganhando espaço nesse momento da Nova Renascença da Disney. Na maioria de seus desenhos, os olhos ganham grandes destaques. São eles os responsáveis por determinar a expressão do personagem. Não sei vocês, mas quando observo seus estudos, sinto uma leveza, por mais intensa que seja a expressão, devido à fluidez e à delicadeza de seus traços. O que acham de sua obra?
~ por Catarina
Ub Iwerks foi um dos animadores originais de Mickey Mouse. Só por esse fato já poderia terminar meu texto, mas vou explicar melhor… Walt Disney criou Mickey, e Ub realizou a animação do primeiro curta-metragem do personagem. Então, pode-se dizer que ele foi o co-criador de Mickey Mouse. Sendo assim, o trabalho de Ub Iwerks foi essencial para que Walt pudesse manter ativo seu estúdio. Ub emprestou seu talento a vários outros projetos como algumas Silly Symphonies e o longa Mary Poppins (1964). Eu, particularmente, sou apaixonado pelos parques da Disney e devo agradecer a Ub por ter trabalhado na concepção de atrações icônicas como Piratas do Caribe e Mansão Mal Assombrada. Realmente, Ub Iwerks foi um gênio!
~ por Paulo
Infelizmente, muitos artistas ficaram de fora, a exemplo de Eric Goldberg, Fred Moore, Ollie Johnston, Frank Thomas e vários outros. Todos eles tiveram a sua parcela para tornar as nossas vidas um pouquinho mais mágicas. De qual animador você sentiu falta? Qual o seu favorito? Comente abaixo, pois a sua opinião é muito importante para nós. E não se esqueça de seguir as nossas redes sociais – estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no YouTube, no Tumblr e no Snapchat (OCamundongo) – para receber mais conteúdo!